sábado, maio 06, 2006

Nem consegui rir - com este sketch, fiquei demasiado petrificado a pensar como está estupidamente bem escrito. Um portento chamado Gato Fedorento.

Dois velhotes (Zé Diogo Quintela e Ricardo Araújo Pereira) sentados num banco de jardim.
- Nunca mais vi o Lopes da Silva. Achas que faleceu?
- Não sei. Aonde é que está estacionado? Olha que se puseste em frente à escola é proibido.
- Também espero que não tenha falecido. Ainda me está a dever dois contos de reis que lhe emprestei para ir às meninas.
- Sim sim, eu lembro-me disso, antigamente não era, mas agora é proibido e rebocam.
- Parece-te? Eu cá acho uma graça a isso. Ficar a dever dinheiro por causa das meninas…
- E não só! Se rebocam é uma chatice, tens que ir ao parque da polícia lá preencher as papeladas.
- E o Lopes da Silva tinha um carro igual ao meu.
- Olha lá, não era o Lopes da Silva que tinha um carro igual ao teu?
- Por falar nisso, achas que o meu carro é capaz de estar mal estacionado?
- Sim sim, tinha um carro igual ao teu, tinha. Estou agora a ver. Olha lá, ele já te pagou aqueles dois contos de reis que te estava a dever, o malandro?
- Não, acho que aqui não rebocam, espero eu, eles não têm cuidado nenhum a rebocar.
- Exactamente, é dívidas de jogo e de prostituição, essas para mim pagam-se logo.
- E pelo sim pelo não acho que vou mudar o carro de sítio, não achas?
- Não sei, não sei se terá falecido, eu ando com atenção aos obituários e não dei conta de nada.
- Então vou estacionar noutro sítio.
- Olha, se vais ao urinol aproveita para estacionar noutro sítio.
- Sabes, se calhar vou aproveitar vou também ao urinol.
- Eh pá, não te admito que digas isso sobre a minha mãe.
- Tens razão, vou aguentar, é capaz que seja só da próstata.
- Estúpido és tu.