quinta-feira, junho 15, 2006

Estaria a mentir - se dissesse que tenho saudades tuas ou que sinto a tua ausência. Mas há um impulso que não me deixa apagar o teu número da agenda electrónica do meu telefone, embora saiba que nunca mais te poderei ligar.

As raras vezes que me lembro de ti acontecem ou quando encontro um amigo comum ou porque oiço o teu nome, mais abundante do que possa parecer à primeira vista, ser referido por alguém, aqui ou ali, num qualquer contexto.

À memória vêm-me uma série de imagens. Não exactamente por causa de ti. Limitas-te a despoletar-me as recordações de um determinado momento tão-somente porque estavas lá naquela altura. E porque a esse momento ficaste circunscrito.

Nunca percebi porque te foste, nem como escolheste ir. Nem sequer quero saber. Há decisões que só dizem respeito a cada um de nós, onde os outros não são perdidos nem achados.

Apenas espero que o motivo seja uma justificação plena. Porque não se desaparece assim sem mais nem menos, tão repentinamente. Deixando para trás um vazio estúpido.

Até eu, por vezes, tenho vontade de mergulhar outra vez de barriga nas tábuas do palco. De bata vestida.