quinta-feira, setembro 14, 2006

Anoiteceste nos meus braços. Como sempre. Enroscada numa posição próxima da fetal. Fico sempre com a ideia de que receias alguma coisa, de que necessitas sentir-te segura. Não sei por que te sentes segura quando te seguro mas seguro-te com a força que acho transmitir-me a segurança que não possuo e nunca pensei poder oferecer-te.

Acordo com a luz que desafia os buracos da persiana. Não sinto o contacto. Não sinto o calor. Estico o braço dormente e apenas o lençol remexido, a almofada que ainda exala o odor que não é o meu. Viro-me a abro os olhos, procuro indícios. A tua roupa espalhada na urgência de ontem já não está no chão. Nada do que é teu está dentro do quarto. Como sempre.

Não amanhaceste nos meus braços.