sexta-feira, setembro 08, 2006

Não gosto de te ler. Estragas-me tudo. Nas tuas palavras está tudo o que eu quero dizer sem que me tenha ainda apercebido que é isso que quero dizer. É como uma revelação, uma premonição da minha vontade futura transposta para um presente que é, no entanto, prematuro. Roubas-me as linhas, as frases, os textos. Sinto-me espoliado, vazio.

Serás a minha projecção? Serei eu, daqui a uns tempos, tu? Como se fosses uma versão melhorada de mim neste momento? Como se não bastassem os furtos linguísticos, também tenho que viver com a possibilidade de ser um parente pobre, uma versão rasca de ti.