domingo, setembro 03, 2006

Pertenço ao grupo - dos cépticos que nunca se dá por convencido sem um conjunto considerável de provas irrefutáveis antes de me lançar ao ar a gritar eureka. Aliás, fico sempre com a impressão de que mais facilmente acabo a dizer o rei vai nu.

Marcos Baghdatis surgiu no início deste ano em grande destaque. Do quase perfeito desconhecimento (a não ser para quem segue juniores e torneios menores) aterrou na final do Open da Austrália. Perdeu para o Federer. Mas chegou lá.

O desafio começa dessa final para a frente. Porque periodicamente há um ilustre desconhecido que chega longe e que depois regressa ao anonimato para nunca mais ser visto. Aqui o céptico, quando questionado acerca do eventual futuro risonho do jogador, furtava-se a vaticinar grandes feitos.

Entretanto, refugiado no escudo que é o avançar do calendário, com a regularidade da presença mos grandes torneios e os recentes acontecimentos na memória (meia final de Wimbledon), estava na altura de redefinir o receio de apostar umas palavras no cipriota.

Agora, a somar a isto o jogo da segunda ronda do US Open com o Agassi torna a redefinição inevitável. Ainda para mais com um tipo de jogo corajoso, vistoso, sempre atacante e em busca de winners. Ainda para mais tendo em conta que é bem novo (21 anos).

Se existe uma réstia de lógica e justiça neste mundo, um jogador assim terá forçosamente que ganhar qualquer coisa qualquer dia.