sábado, outubro 14, 2006

Que lhe doía a cabeça. Que os olhos lhe ardiam, uma rodela de dor à volta de cada cavidade ocular. Que os braços estavam doridos. Que as pernas estavam dormentes. Que as costas prendiam, sentia necessidade de se esticar para as ouvir estalar, acusando o imobilismo. Que ia tomar uma aspirina. Qualquer coisa que alivie. Que ia sair. Que ia sentir o sol a bater na pele envelhecida. Que ia mexer-se, proporcionar ao corpo cansado a actividade cuja ausência o cansava.

Sentou-se no sofá a tarde toda. Resolução firme e decidida.