quarta-feira, fevereiro 28, 2007
terça-feira, fevereiro 27, 2007
Sei agora que não te sei responder. Sei agora que, por muito longa que fosse a possibilidade de digerir a tua tímida e esquiva curiosidade, não a poderia satisfazer. Embora não exista nenhuma justificação plena para não o fazer.
Deitado de costas sobre a areia irregular e dolorosa, não fosse pelo cobertor cinzento. Protegido do sol pelos óculos escuros. Soltas-te com o cabelo solto, também ele escuro. Insuportavelmente escuro.
E deixas-te ir, como eu, para o conforto do silêncio.
segunda-feira, fevereiro 26, 2007
Toco o que vivo. Por isso, como não consigo prever que tipo de experiências eu vou ter, não posso prever as direcções que a minha música vai tomar. Apenas quero escrever música e tocar o meu instrumento como sinto.
Não é fácil ser-se artista. Mas o que é fácil? Tudo o que vale a pena exige uma certa quantidade de energia, de dedicação. Sou feliz por ser um artista- preenche realmente a minha vida.»
McCoy Tyner
sexta-feira, fevereiro 23, 2007
A somar às restrições de tempo que têm limitado a minha assiduidade, tenho agora um computador avariado. Alterna entre ligado e desligado em curtos intervalos de tempo. E cheira a queimado. Desliguei-o de vez da tomada e está a ser diagnosticado.
Rezo a todos os santinhos para que não seja nada de muito mau. Uma vida encafuada em alguns centímetros de chips e fios. Se não fosse por isso, pouco me importaria. Seria substituído com relativa facilidade, já tem idade para isso.
Detesto sentir-me dependente dos caprichos destas máquinas tortuosas.
quarta-feira, fevereiro 21, 2007
E então só faziam execuções em dias de sol.
sábado, fevereiro 17, 2007
sexta-feira, fevereiro 16, 2007
quarta-feira, fevereiro 14, 2007
Inteligência Social, Daniel Goleman
terça-feira, fevereiro 13, 2007
Não seguras o cigarro como a maioria dos fumadores, entre o dedo médio e o indicador, antes entre o médio e o anelar. Visualmente, é completamente diferente, dá uma noção de simetria porque o cigarro fica mesmo no meio da porção de mão que parece estar ali para tapar a boca e não para o levar até ela.
Os gajos lixados não se exaltam. Nunca. Nem quando estão a ser agressivos. Mantêm sempre a calma. A compostura. A espaços, soltam um sorriso ainda mais amarelo que os dentes aplacados por anos do vício. Escuros. Feios. E depois continuam. Têm o arsenal preparado, tudo apontado aos pontos previamente assinalados. Um a um, destroem cada um dos alvos até nada ficar de pé.
Não é…?
Outro sorriso. Entre uma ou outra palavra. Fugidio, por entre os dentes escuros. Às vezes até mais, talvez uma gargalhada entrecortada quando te diriges a alguém que está do teu lado da barricada. Uma conversa paralela cujo propósito é permitir algum tempo para a recuperação do adversário. Porque derrotá-lo logo tira a piada toda, é forçoso que exista algum despique.
Os gajos lixados sabem que o importante é a fachada, saber jogar naquela fronteira que está sempre na iminência de ser cruzada, atravessada. Uma espécie de roleta russa. Um jogo do gato e do rato, de pequenas aproximações sucessivas, iterações sucessivas sem atingir um ponto de verdadeiro equilíbrio. E sem nenhuma exposição.
Não expressas nada do que interessa. Não comunicas nada Não proferes nenhum dos pontos. Não verbalizas. Nem sequer insinuar. No entanto, dizes tudo. Por entre a nuvem de fumo que sobe em direcção ao tecto falso. Com o cigarro preso entre o dedo médio e anelar, o ponto médio do pedaço de mão que parece tapar a boca dos dentes amarelos e sujos.
Não é…?
segunda-feira, fevereiro 12, 2007
domingo, fevereiro 11, 2007
Hoje não sinto este pessimismo. Será talvez a primeira vez que vou votar e sinto que o resultado pode, de facto, alterar algo. Nem que não seja apenas a redacção de uma lei.
Chove. Um dia feioso. Mas já tenho o cartão de eleitor na mão e vou agora sair. A noite trará os resultados.