domingo, dezembro 30, 2007

Ao contrário do que aconteceu noutros anos, aqueles em que nada muda, este que aqui vem parece querer introduzir uma diferença que me faz distanciá-lo dos congéneres. A língua inglesa tem uma expressão que captura perfeitamente o que sinto em relação à nova lei do tabaco: estou “looking forward”. Acho que não vou sentir muito as alterações nos centros comerciais nem nos restaurantes. Onde ela tem um impacto verdadeiramente significativo para mim é no local de trabalho.

Há dias fui relembrado dos malefícios de ter uma impressora no gabinete: o pó que o toner larga é cancerígeno. Aqueles aparelhos deviam estar em salas isoladas das pessoas, ligados em rede. A pessoa que se preocupou o suficiente comigo para me dar o sermão, fê-lo se cigarro na mão o tempo todo. Quando saiu, fechei a porta do gabinete e abri a janela para retirar o cheiro nauseabundo.

Nem sequer acho que a maioria das pessoas que afectam os não fumadores no meu local de trabalho o faça para chatear. Acho que, pura e simplesmente, não se apercebe de que o está a fazer, como este exemplo que referi. Ou quando, numa atitude que revela preocupação e respeito, param no corredor, à porta do gabinete, como se o fumo não entrasse.

Não concordo com medidas draconianas, estilo obrigar os fumadores a vir à rua ou arranjar salas de chuto com péssimo aspecto. Até porque há soluções longe de ser fundamentalistas para a questão. E, acima de tudo, todos os que impestaram até agora o corredor continuam a ter direito a fumar.

Mas, a partir de agora, desde que não continuem a chatear-me.