O problema das pessoas que ganham quase sempre - é que, de repente, parece que deixam de ter o direito a perder, a falhar. O maradona está pior que estragado porque o Fedex perdeu. Sejamos honestos. O Rogério não está propriamente no auge de momento. Sem sequer tocar no jogo com o Tipsarevic, do qual só vi o quinto set, bastaria falar do jogo contra o Blake: mau não chega, foi péssimo. Só foi a limpeza que foi porque o americano faz sempre asneira quando chega a altura de ganhar qualquer coisa.

Mas o Djokovic é outra conversa. Não vai perdoar os erros. E, lá está, Rogério, não se serve para fechar o primeiro set a 5-4 frente ao Djoko para falhar. O resultado é perder depois. De certa forma, este resultado é a inversão do Open dos Estados Unidos. A frieza com que o Fed limpou aquela final foi quase assustadora e, provavelmente, injusta. Hoje pagou a factura.

Sejamos também pouco drásticos.Toca a relativizar isto tudo, a levar tudo à devida escala. O Rogério esteve nas finais dos últimos dez Grand Slams. Dez Grand Slams consecutivos. Desses dez ganhou oito. E antes disso já tinha ganho quatro. É muita fruta. Deixem lá o suíço não chegar a uma.

E façam como eu: sentem-se em frente ao televisor no domingo de manhã. Pela primeira vez em muito tempo, não vou ter favoritos em campo, nem vou sofrer. Vou estar sentado a ver dois grandes jogadores. Só ténis.

Só vou sofrer até ver o Tsonga começar a jogar. Tenho medo que não consiga manter o mesmo nível que manteve frente ao Nadal. Eu, que até percebo os argumentos todos do maradona para não gostar do espanhol (as correrias, os grunhidos, os calções ou bermudas, o tio...), fiquei chocado e cheguei a partilhar a frustração que o tipo deve ter sentido.