Desde sempre - que as imagens de cadáveres de animais atropelados na berma das estradas o impressionavam. Não fosse precisar dos olhos bem abertos para conduzir e fechá-los-ia sempre que se apercebesse que ia passar por um. Naquele dia, quando viu o cão velho e lento mesmo no meio da estrada, sentiu que podia fazer alguma coisa. Encostou o carro, pôs os quatro piscas e atravessou para o passeio do outro lado. Depois começou a chamar o bicho, para que viesse ter com ele.
Com alguma insistência, ofegante, o cão saltou para o passeio e, algo desconfiado, aproximou-se. Cheirou-o um pouco, permitiu uma festa que ele usou como despedida, enquanto lhe dirigia algumas palavras como se falasse com um miúdo de dez anos: “e não voltes a ir para a estrada que é perigoso, ouviste?”. Imediatamente a seguir à reprimenda, lançou-se em direcção ao seu carro na berma do lado oposto.
Não chegou a ver o veículo que embateu nele e que o projectou alguns metros pelo ar.
Com alguma insistência, ofegante, o cão saltou para o passeio e, algo desconfiado, aproximou-se. Cheirou-o um pouco, permitiu uma festa que ele usou como despedida, enquanto lhe dirigia algumas palavras como se falasse com um miúdo de dez anos: “e não voltes a ir para a estrada que é perigoso, ouviste?”. Imediatamente a seguir à reprimenda, lançou-se em direcção ao seu carro na berma do lado oposto.
Não chegou a ver o veículo que embateu nele e que o projectou alguns metros pelo ar.
<< Home