sábado, junho 07, 2008

Outro ano e mais outra final igual. Anda para aí uma coisa chamada Europeu e não me vai fazer sofrer nem um bocado do que o Chatrier me vai fazer amanhã. O Rogério diz que das três vezes que jogou com ele aqui levou sempre um set. Da primeira vez, lembro-me eu, esteve à frente um set e um break. Aliás, teve matchpoint na final de Roma de 2006. E perdeu. Teve 5-1 e 5-2 em Hamburgo e perdeu. Teve um break à frente no primeiro set e 4-0 no segundo e perdeu no Mónaco. Uma lista extensa de jogos enterrados na terra laranja.

Vivemos tempos extraordinários em que o melhor jogador de todos os tempos joga com o melhor jogador de terra de todos os tempos. Todos os outros são uns peões no tabuleiro deles que, por vezes, lá conseguem chegar à frente e fazer uma ameaça de xeque. Eventualmente são cuspidos, como até o próprio Djokovic o foi nas meias-finais, um tipo que quer ser (e até merece) ser promovido a cavalo ou bispo ou coisa que o valha.

Lá estarei em frente à televisão. É um crime ver o Federer perder e ainda por cima ter que o ouvir o Bernardo Mota comentar aquela treta: preferia que fosse o Mourinho. Quer dizer, preferir preferir, preferia que fosse o Federer a ganhar. Então frente ao Rafael “Touro” Nadal, o suíço bem podia suicidar-se em seguida. Mas sem antes dedicar a vitória a selecção suíça e às crianças sul-africanas.

Mas há coisas que se sentem que, pura e simplesmente, não vão acontecer. Mesmo tendo o jogo, o tipo não tem, estranhamente, o estofo mental. Sempre tão perto (então este ano tão escandalosamente perto) e sempre tão longe. Quinze presenças em finais de Grand-Slam (que ainda não são recorde absoluto mas pouco falta) e três derrotas.

A terceira amanhã.