quinta-feira, julho 31, 2008
Trazes ruído no teu olhar. Como se os teus olhos gritassem em vez de lacrimejar. Barulho. Só vejo barulho. Abafado com uma expressão de disfarce. A raiva. Essa raiva que te vai derrotar. Vai levar-te à exaustão. E, quando o fizer, deixarás de conseguir manter os olhos ruidosos: soltarão lágrimas espessas ao som dos teus gritos.
quarta-feira, julho 30, 2008
Percorria os canais num zapping frenético, ansioso e acabava invariavelmente no início da grelha. Prosseguia, carregava furiosamente nos botões mas todos os programas lhe pareciam desinteressantes, desajustados. E então sentia-se totalmente manietado: como seria possível que, com o comando em mão, símbolo maior da liberdade de escolha, estivesse tão preso?
Foi numa dessas alturas que se deu conta da importância do botão que desliga o aparelho.
Foi numa dessas alturas que se deu conta da importância do botão que desliga o aparelho.
segunda-feira, julho 28, 2008
Um folheto da Michelin com o seguinte slogan: “Trate dos seus pneus!”. Mais parece publicidade do Holmes Place ou da Solinca no início do verão.
domingo, julho 27, 2008
Quando momentaneamente acordo da letargia de conduzir no Túnel do Marquês, pergunto a mim próprio se não seria mais rápido ir pela superfície. É certo que há os semafóros. Mas debaixo da terra há os radares que inibem andar mais rápido que cinquenta, uma velocidade que, naquele asfalto novo e cuidado, embala suavemente e canta canções de adormecer. A morte da bezerra. Pior só mesmo ficar atrás daquela estirpe de condutores que, por precaução, vão abaixo dos quarenta não vá a maquineta das multas pregar-lhes uma partida de mau gosto, o seguro morreu de velho. Nesses casos, a velocidade é demasiado baixa para adormecer, sequer para que possa produzir-se qualquer tipo de acção.
segunda-feira, julho 14, 2008
Não faz muito sentido - ver carros com a inscrição "Polícia Marítima". Mas há mais questões que se colocam a propósito desta força de segurança. Onde anda a Polícia Aérea? Onde anda a Polícia Ferroviária? Ou será que só os marinheiros é que são uns bandidos?
sexta-feira, julho 11, 2008
Settle for nothing now and we'll settle for nothing later - Quando for grande quero ser como o Tom Morello
quinta-feira, julho 10, 2008
Tenho alguma dificuldade em perceber que se caracterize um álbum como "consistente". Sempre que ouço alguém fazê-lo tenho instintivamente a sensação que são críticos de culinária a discorrer sobre baba de camelo.
quarta-feira, julho 09, 2008
E quando tiveres o abismo mesmo à tua frente, de tal forma explícito, gritante, escancarado para que dele não possas escapar, não tenhas medo. Mas também não o encares, não o fites, olhos nos olhos: a atracção é demasiado forte para que consigas desviar a cara.
terça-feira, julho 08, 2008
A questão das perseguições a veículos em excesso de velocidade nas auto-estradas foi trazida para as luzes da ribalta quando a Brigada de Trânsito da GNR foi guarnecida com os primeiros Subarus. Foi um salto importante ou não fosse difícil de perceber como poderiam apanhar em flagrante delito um carro verdadeiramente rápido se conduzissem os típicos chassos em que os costumamos ver os agentes.
Eis a versão italiana da mesma história.
Eis a versão italiana da mesma história.
segunda-feira, julho 07, 2008
Às pessoas que recolhem o espelho do carro estacionado ao lado do delas para conseguir passar melhor entre os dois: por favor, voltem a pôr o espelho no sítio depois de passarem.
sábado, julho 05, 2008
«I do what old guys do: read the paper, take a coffee, look at the kids playing in the pre-school, I wander about, talk to people and choose the best time to smoke the three cigarettes I allow myself every day.»
Hidden assassins, Robert Wilson
Hidden assassins, Robert Wilson
quinta-feira, julho 03, 2008
quarta-feira, julho 02, 2008
Tinha muitos anos de experiência quando a convidaram para ser Vogal do Conselho de Administração. Seria uma óptima forma de terminar a longa e bem sucedida carreira num lugar interessante e de prestígio. No entanto, depois de pensar um pouco, resolveu declinar o convite que lhe haviam endereçado. Espantados, perguntaram-lhe a razão para uma tamanha recusa.
E então explicou-lhes que, a ser alguma coisa, seria uma Consoante.
E então explicou-lhes que, a ser alguma coisa, seria uma Consoante.