segunda-feira, junho 30, 2008

Não é a presença de Amy Winehouse no aniversário do Mandela o que mais me espanta no evento. É antes o facto de o Nelson comemorar o seu nonagésimo aniversário no país que, juntamente com a Holanda, contribuiu para a instituição do regime que o havia de manter atrás das grades durante 21 anos.

Estas reviravoltas confundem-me. É como a história da Igreja Católica: a sua sede acabou por ser instituida no país onde governavam os responsáveis pela morte do homem que fundou o movimento religioso, assim como os líderes foram quase todos romanos.

Estranho. Muito estranho.

domingo, junho 29, 2008

Há um jogo com moedas que consiste em atirá-las o mais próximo possível de uma linha sem, no entanto, a atravessar ou sequer tocar. O jogo pretende explorar um dilema: à tentação de imprimir um pouco mais de força opõe-se o risco de se exceder e deitar tudo a perder.

Escrever sobre sexo é exactamente igual. Há um linha muito ténue que separa o extremamente sensual e erótico do baixo e javardolas. Mas só perto dessa linha é que está a graça de escrever esse tipo de textos.

segunda-feira, junho 23, 2008

Embora saiba perfeitamente - que nenhuma parte do meu carro vai embater contra aquelas barreiras que delimitam a altura superior dos veículos na entrada dos parques de estacionamento, não consigo evitar encolher-me todo sempre que passo debaixo de uma.

domingo, junho 22, 2008

Os programas de carros são tradicionalmente muito aborrecidos. Uma cambada de pessoas enfadonhas e monocórdicas a discorrer sobre motores, marcas, qualidade de construção, velocidade, acessórios, jantes, etc.

Felizmente há uma estação de televisão que percebeu que a única forma de conseguir fazer um programa desse género engraçado seria arranjar três miúdos em ponto grande, aprovar orçamentos arrojados e dar-lhes carta branca para fazerem o que lhes viesse à cabeça.

Foi assim que nasceu o único programa sobre carros que, não só se demarca dos demais por ser possível e suportável vê-lo, mas também porque consegue dar o salto adicional e ser genuinamente divertido: o Top Gear da BBC.

Nas próprias palavras dos apresentadores, o Top Gear existe para responder às perguntas para as quais as pessoas nem sabiam que são necessárias respostas. Homenagem minha, deixo aqui algumas das questões por eles levantadas que me parecem mais pertinentes:

Qual a escolha adequada de peruca para homens de meia-idade que compram um descapotável?


Como ensinar avozinhas a fazer peões e a estacionar paralelo com travão de mão?
Parte I
Parte II


Quais os carros mais estúpidos feitos até hoje?

Qual o vencedor de um jogo do gato e do rato entre um Range Rover e um tanque de guerra inglês?

Conseguirá um cego conduzir mais depressa que alguém que vê?


E, para acabar, e fazer uma espécie de paralelo com a temática do Euro 2008:

Jogo de futebol com carros

sábado, junho 21, 2008

Pões-me o prato à frente, a caneca, a colher. Ajeitas a toalha, tiras a faca da gaveta, mergulhas a ponta metálica aguçada no pacote de manteiga gorduroso e barras violentamente na torrada ressequida e queimada de lado. Depois pousas a fatia no prato e passas-me a mão pelo cabelo suavemente, como que a dar-me a permissão para que começasse.
Viras-te para o fogão, de costas para mim, e recomeças a tua agitada, frenética rotina de tachos e panelas. Sobes o lume, baixas o lume, cheiras mas nunca provas, dizes que salgas sempre quando provas. Mexes a comida com um vigor que faz o fundo da panela chiar de encontro ao ferro da grelha do fogão.
Raspo a faca na torrada para remover a parte mais queimada, pequenos bocados soltam-se e vão aterrar na louça pintada do prato, na toalha. Assim que ouves o som, tiras um olho da sopa
Olha que as migalhas também são pão
sem parar de cortar bocados de cenoura que fazem barulho ao mergulhar no líquido esverdeado fervilhante. Tento explicar-te que não gosto das torradas a fugir para a Guiné e que, para além disso, faz mal, é cancerígeno. Nada disso te interessa porque
As migalhas também são pão!
Desta vez com a exclamação para tentar traduzir o teu rosto autoritário numa forma de pontuação.

quarta-feira, junho 18, 2008

e.s.(t.)

terça-feira, junho 17, 2008

Mário e Maria intrigam-me: ele tem um acento a mais e ela tem um a menos.

segunda-feira, junho 16, 2008

De início sentia-se como um gato: nove vidas, uma garantia que o protegia de percalços iniciais. Mesmo que perdesse uma ou outra, continuaria a conservar uma margem de manobra mais do que confortável. Ou assim parecia. Rapidamente a rede de segurança começa a escassear e nem sempre Deus põe a mão por debaixo do menino e do borracho.

Só no final, quando já poucas vidas sobravam, voltava a sentir-se um homem.

domingo, junho 15, 2008

Os militares com problemas de próstata - não são grande espingarda a bater continência.

sexta-feira, junho 13, 2008

Sobre visitar o novo centro comercial Allegro em Alfragide – Onde raio está o ponto de saturação da população portuguesa em relação a centros comerciais?

quinta-feira, junho 12, 2008

Diz-me quando chegar a momento
Relembra-me constantemente
Faz-me memorizar
Escreve uma entrada na minha agenda
Avisa-me com antecedência

Diz-me quando chegar a altura
Pisca-me o olho discretamente
Faz-me o nosso sinal secreto
Dá-me uma cotovelada
Dá-me um chuto debaixo da mesa

Diz-me quando chegar a hora
Telefona-me, manda-me uma mensagem
Programa o alarme do despertador
Belisca-me com força
Faz-me acordar

Diz-me quando chegar a hora para que eu esteja à altura do momento.

quarta-feira, junho 11, 2008

Enfiar o barrete à República Checa

terça-feira, junho 10, 2008

Os primórdios das manifestações de orientação sexual não-ortodoxa na Igreja

segunda-feira, junho 09, 2008

Seis-um seis-três seis-zero
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domingo, junho 08, 2008

Seis-um seis-três seis-zero

sábado, junho 07, 2008

Outro ano e mais outra final igual. Anda para aí uma coisa chamada Europeu e não me vai fazer sofrer nem um bocado do que o Chatrier me vai fazer amanhã. O Rogério diz que das três vezes que jogou com ele aqui levou sempre um set. Da primeira vez, lembro-me eu, esteve à frente um set e um break. Aliás, teve matchpoint na final de Roma de 2006. E perdeu. Teve 5-1 e 5-2 em Hamburgo e perdeu. Teve um break à frente no primeiro set e 4-0 no segundo e perdeu no Mónaco. Uma lista extensa de jogos enterrados na terra laranja.

Vivemos tempos extraordinários em que o melhor jogador de todos os tempos joga com o melhor jogador de terra de todos os tempos. Todos os outros são uns peões no tabuleiro deles que, por vezes, lá conseguem chegar à frente e fazer uma ameaça de xeque. Eventualmente são cuspidos, como até o próprio Djokovic o foi nas meias-finais, um tipo que quer ser (e até merece) ser promovido a cavalo ou bispo ou coisa que o valha.

Lá estarei em frente à televisão. É um crime ver o Federer perder e ainda por cima ter que o ouvir o Bernardo Mota comentar aquela treta: preferia que fosse o Mourinho. Quer dizer, preferir preferir, preferia que fosse o Federer a ganhar. Então frente ao Rafael “Touro” Nadal, o suíço bem podia suicidar-se em seguida. Mas sem antes dedicar a vitória a selecção suíça e às crianças sul-africanas.

Mas há coisas que se sentem que, pura e simplesmente, não vão acontecer. Mesmo tendo o jogo, o tipo não tem, estranhamente, o estofo mental. Sempre tão perto (então este ano tão escandalosamente perto) e sempre tão longe. Quinze presenças em finais de Grand-Slam (que ainda não são recorde absoluto mas pouco falta) e três derrotas.

A terceira amanhã.
A ausência da Inglaterra neste Europeu vai ser muito sentida – A quem é que vamos ganhar nos penalties?

terça-feira, junho 03, 2008

segunda-feira, junho 02, 2008

Sobre ser vira-casacas e, de repente, começar a apoiar clubes pelos quais nutria um desinteresse total – De qualquer das formas, é de salientar a constante cor azul. Uma confissão: estou mortinho, desertinho, doidinho por ver o Djosei falar italiano. A martelo, à moda dele.

domingo, junho 01, 2008

Quem sai aos seus degenera ou a genética também bebe copos – Rowan e Gemma Atkinson.