domingo, abril 29, 2007

A derivada - do pão integral é pão.

sábado, abril 28, 2007

Era um país com dupla personalidade. E então tinha embaixadas no seu próprio território.

sexta-feira, abril 27, 2007

Não me lembro da última vez - que perdi algum tempo num domingo à noite a ver o Marcelo. No essencial, continua tudo na mesma, o one man show do Professor mais professor deste país. Assim como costumam dizer que a Catarina Furtado é a namoradinha de Portugal.

Agora, há uma ligeira nuance que não me lembro de ver em edições anteriores. O Professor agora dá notas. Aliás, a Maria Flor Pedroso pergunta-lhe que nota ele atribui a dado elemento da política nacional. Sim, porque todos nós somos meros pupilos encadeados pela aura pedagógica do Professor.

A arrogância. A prepotência. O pedantismo.

terça-feira, abril 24, 2007

Steve Vai contra o Karate Kid. Quem manda o primeiro meter-se com o segundo? Já deveria saber que o Kid acaba sempre por ganhar, mesmo contra tipos maiores que ele, perna partida, todo desfeito. Dizem as más línguas que a parte do Ralph Macchio foi tocada pelo Satriani. Mas a grande performance dramática vai para o Vai (e o prémio de melhor trocadilho para mim) pela simulação dos erros finais que acabam por ditar a sua derrota. Para mim, a parte mais marcante, é a desistência anunciada por uma Ibañez despejada brutalmente nas tábuas do palco. Até me dói.

segunda-feira, abril 23, 2007

Que a cercasse. Destruísse a distância, invadisse o torreão inexpugnável do espaço de sobrevivência. Dizia-lhe
Lebensraum
Sem evitar sobrevoar a piada negra de mau gosto. A zona de desconforto. O desconforto que gera frieza. No espaço para respirar.
Lebensraum
Respira. Abre a porta. Entra. És convidado, puxa a cadeira e senta-te. Põe-te à vontade. Companhia. A tua. Cruza as pernas. Escorrega as costas na cadeira. Fala. Relaxa. Fala e o calor virá. E o conforto do teu
Lebensraum
Vem ao de cima. Na forma. Na postura. Na desenvoltura. Na eloquência. Quando estás à vontade falas. Quando estás confortável ficas eloquente. Soltas mesmo quando piso o teu
Lebensraum
De fronteiras tão definidas. Delimitadas. Um pequeno passo em falso e o muro sobe. Ergue-se novamente até à altura do céu azul, fura as nuvens do cinzento carregado.

sexta-feira, abril 20, 2007

Costumam dizer que o semáforo cai - quando surge o vermelho impeditivo e autoritário. Não faz sentido. O vermelho está em cima das outras cores. Quando muito o semáforo deveria levantar.

quarta-feira, abril 18, 2007

O Hugo Boss – é natural da Amadora

segunda-feira, abril 16, 2007

A reencarnação é má política. Ao manter sempre as mesmas almas e espíritos ou seja lá o que for a regressar à Terra e habitar a matéria destes corpos que nos dão forma, não permite a regeneração ou rejuvenescimento necessário para uma reciclagem adequada das pessoas. Tal como uma empresa cristalizada pela parca rotação dos seus colaboradores, o planeta Terra é um dinossauro acomodado, institucionalizado.

domingo, abril 15, 2007

O maior medo da minha vida, um receio que me atormenta diariamente e me rouba horas e horas de sono, são os efeitos de externalidade de rede. Olho para as cassetes e para os vinis dos meus pais e apercebo-me quão obsoleta se pode vir a tornar a minha colecção de CD’s caso surja uma nova tecnologia audio inovadora.

sábado, abril 14, 2007

Sicutaproof


sexta-feira, abril 13, 2007

A idade da inocência – Quando era miúdo e jogava à apanhada com os coleguinhas, havia um local predesignado onde o perseguidor não podia apanhar a vítima. Era uma espécie de zona de segurança onde podiamos descansar e recuperar o fôlego esvaziado pela corrida.

Chamavamos-lhe coito.

quarta-feira, abril 11, 2007

O Supremo Tribunal de Justiça dá razão ao Sporting - em relação à notícia que o Público fez da dívida ao Estado que o clube tinha. Mesmo sendo reconhecidamente verdade a matéria noticiada, parece que o Público atentou contra o bom nome do clube leonino. Como se não tivesse sido o próprio Sporting, assumidamente caloteiro, a atentar contra o seu bom nome.
O Cañizares - tem o mesmo cabeleireiro que o Abel Xavier.

segunda-feira, abril 09, 2007

Planos para férias ou por que raio não sou da marinha britânica - Alugar um barco. Navegar em direcção ao Golfo Pérsico. Entrar (ou chegar perto) em águas territoriais iranianas. Esperar pela captura. Fazer filmes janotas manifestando o meu arrependimento pelo erro. Protagonizar um incidente diplomático. Após três quinze dias chatos a aturrar os bacanos, ser finalmente recambiado para casa.

Ganhar uns trocos com a venda da história à comunicação social.

sexta-feira, abril 06, 2007

Talvez te tenha dito que
Não, disse de certeza lembro-me
Não te lembras
Lembro-me de cada dia
Da aridez de cada dia

Como se fosse hoje
Terreno nu, deserto
Disse-te?
Disse, disse, tenho a certeza
Porque não me esqueço de cada dia
Da aridez
Do deserto

Lembras-te?
Eu lembro-me
Não me esqueço nem que quisesse
Da aridez de cada dia
Não te lembras de te ter dito?

quinta-feira, abril 05, 2007

Ver um encontro entre a Serena e a Henin – é toda uma experiência que justifica a introdução de categorias de peso no ténis, à semelhança do que acontece nos desportos de combate. É claro que depois a Serena jogava sozinha. Mas isso já é um problema dela.

quarta-feira, abril 04, 2007

E quando lá chegou, não sabia porquê. Percorreu a distância e pisava o chão e nada lhe fazia o sentido que esperava alcançar quando se lançou a correr. Acaso lhe perguntassem a razão pela qual tinha começado, coçaria a cabeça e diria não sei de uma forma simultaneamente instintiva e reflectida. Com a maior das honestidades. E depois acrescentaria:

Não tem que haver uma razão

segunda-feira, abril 02, 2007

O crime de Raskolnikov - começa por ser um desafio. Conseguir enganar, tornear o sistema. Planear um homicídio sem sequer se dar ao trabalho de fazer algo muito elaborado. Fugir com o dinheiro que a velhota pôs de lado. E depois passar por cima de tudo. Sair impune. Confrontar a polícia e esticar a corda, ver até onde é possível escapar a um detective que já percebeu tudo.

A reviravolta vem depois. Nasce na consciência e percorre toda a essência de Raskolnikov. Ao ponto de deixar de conseguir viver consigo mesmo. É a revolução da moral de Dostoievski: o homem pode escapar à justiça da sociedade se for sufucientemente inteligente, mas consegue fugir da consciência moral. Raskolnikov acaba o livro a procurar Castigo para o seu Crime.


Estava calor e o homem estava ali. Disparou sobre ele. Disparou sobre ele porque estava calor e o homem estava ali. E ele tinha a arma na mão. O estrangeiro não pretende encobrir o crime. Não abandona o local. Não se livra da arma. Permanece. Não oferece resistência quando o vêm capturar.

Mas também não é capaz de dizer porquê. A consciência não começa progressivamente a esmagá-lo. Poderá talvez admitir que o acto é errado. Mas apenas porque sempre ouviu dizer. No fundo, não o consegue perceber. E, por isso, não é um acto imoral. É um acto amoral. Camus destroi o motivo, por mais macabro que ele possa ser.

E, com ele, um dos pilares do entendimento da consciência humana e o Raskolnikov.

domingo, abril 01, 2007

Após quinze meses de suspensão, sanção aplicada pelo uso de substâncias dopantes, Guillermo Cañas (em português, Guilherme Imperiais) voltou à competição em grande estilo. E, para aqueles que eventualmente possam ter dúvidas em relação ao que grande estilo quer dizer neste contexto, alego duas vitórias de rajada sobre o Federer em dois Super Nove (Indian Wells e agora Miami). Ainda por cima em superfícies que não são as mais favoráveis a argentinos, tipicamente mais virados para terra batida como, aliás, qualquer jogador cuja língua materna é castelhano.

Parece que só agora é que o dopping está a fazer efeito.