sexta-feira, junho 29, 2007

Não acredito na genética. Acreditar na genética seria assumir que fui trocado à nascença.
No museu Thyssen - o elevador é da Otis.

quarta-feira, junho 27, 2007

O Fernando Negrão - é carne para canhão

terça-feira, junho 26, 2007

Fantasia sobre títulos de livros de Lobo Antunes

Nunca esqueço. Guardo tudo, registo como um computador obstinado de capacidade ilimitada pelo emaranhado dos fios. Nem que queira pegar em todas as imagens as palavras os sons as situações as pessoas e mandar fora, soltá-las ao vento, não consigo. Memória de elefante.
Que farei...?
E por isso sei que não te vi. Ontem não te vi em Babilónia. Ontem não te vi em lado nenhum, ontem não te vi em nenhum local edílico, em nenhum antro, em nenhum canto recôndito, em nenhum cu de Judas. E como te queria ver. E como te queria sentir perto. Como queria. Já sei: falar-te. Contar-te todo este conhecimento. Este conhecimento do inferno que é um inferno. Não esqueço; já te disse? se calhar não. Como os danados que vivem atormentados pelas memórias. É isso, falar-te, escrever-te um auto dos danados. Contar-te tudo mas o medo. O medo
Que farei...?
que tu me interrompas, me traves, me digas não entres tão depressa nessa noite escura. Porque tu és pessimista, vês a escuridão à distância e espalhas a palavra. Tento explicar-te, mostrar-te que não há limites senão os teus próprios mas tu não acreditas nas paixões de alma, tentei um dia expor-te um tratado sobre elas e tu nada.
Que farei....?
Se preciso for para que te o prove, hei-de amar uma pedra, que mais precisas que faça para te convenceres que as paixões de alma? Que escreva no meu manual de inquisidor uma sentença pesada para o teu pessimismo contagioso? Quando tudo o queria era ser leve, leve como um pássaro. Os pássaros têm muito para dizer, para contar. A explicação dos pássaros. Abrir as asas para que o vento me carregue, planar sobre a terra, sobre os objectos minúsculos por debaixo de mim, sobrevoá-los e desejar-lhes boa tarde, boa tarde às coisas aqui em baixo de mim, às coisas aqui em baixo do meu voo
Que farei...?
E quando tudo está perante mim, à distância dos olhos que lentamente definham e vêem as distâncias menores, então tudo parece fugir do normal, tudo parece violar a ordem natural das coisas. Lágrimas de crocodilo que chora após mais uma exortação às lágrimas verdadeiras que não tem. Pergunto-me, questiono-me e uma só certeza.

Que farei quando tudo arde?

segunda-feira, junho 25, 2007

domingo, junho 24, 2007

Casamentos e noites de núpcias são acontecimentos para ser vividos a dois. No entanto, ninguém convida duzentas pessoas para o segundo.

sábado, junho 23, 2007

Sábado de todos os casamentos

segunda-feira, junho 18, 2007

“Everything in this universe has an explanation. Eventually.”

Dr. House

domingo, junho 17, 2007

Os meus cães têm um problema com o conceito de “guarda”. Ladram furiosamente ao carteiro e quase se mandam à sua mão se me passa uma carta. Detestam quando algum técnico se desloca cá a casa a propósito de alguma avaria: o último, que veio para arranjar o portão, a certa altura saltou o muro para casa da vizinha com medo deles.

Hoje, domingo, logo de manhã, tocam à porta duas testemunhas de Jeová. Os cães saem desalmadamente a correr à frente. Depois estacam e, de rabo a dar, ficam a receber as carícias delas e a lamber-lhes as mãos em troca.

Com ladrões devem pedir festas na barriga.

sexta-feira, junho 15, 2007

Joe Berardo é o próximo Abramovich do futebol mundial. Só falta saber quem é o Mourinho que se segue.

quinta-feira, junho 14, 2007

Vasco da Gama estava chateado. No fim de contas, o Colombo tinha um ovo e ele nada para mostrar.
EDIÇÃO REVISTA E MELHORADA

Contra luz

segunda-feira, junho 11, 2007

Contratempo

Poltergeist

terça-feira, junho 05, 2007

Caro Hugo Chávez – uma vez que está com a mão na massa, importar-se-ia de dar uma ajudinha a fechar a TVI? Agradecido

segunda-feira, junho 04, 2007

«(...)e os dias por ordem, prontos a usar, engomados, qual deles irei escolher para gastar amanhã e a surpresa de tantos dias ainda, a doente ficou a meio do seu que continuou sozinho, a olhar para trás desiludido que o não seguissem, a da pena quebrada soltou-se da irmã sem fitar ninguém, senti o mundo que principia osb a forma de uma corrente de ar anunciando a chuva, não a de agosto, limpa, chuvas cinzentas, sujas, o ar sujo, se algum de nós falasse palavras sujas, interrompi o oxigénio e o manípulo da garrafa um estalido sujo, no caso de me chamarem
- Lurdes
teria de ocultar o nome antes de o mostrar em volta, esfregá-lo sem que dessem conta com um pano qualquer, um nome que me intriga desde que o conheço, tento mudar-lhe a forma e resiste, compacto, duro
- Lurdes
vejo os meus pais de modo diferente como se os meus pais Lurdes, não eu, em criança ficava a pensar nele parada, equilibrando-me no pé direito primeiro e no esquerdo depois a calcular o peso das letras, não do corpo, em mim, a pena quebrada foi-se embora sem cumprimentar, sapatos miúdos triturando as pedras depressa e pisarem-me o nome e eudesembaraçada de mim, livre, não me chamo Lurdes, chamo-me Eu, os meus pais recuaram para zonas vazias do passado com
Lurdes
lá deles a baptizarem de Lurdes a tudo, utensílios, vizinhos, empanturrem-se com o nome e larguem-me, na zona do passado que o nome ocupava(...)»

Ontem não te vi em Babilónia, António Lobo Antunes

domingo, junho 03, 2007

Não é por acaso - que o céu é da cor do mar.

sábado, junho 02, 2007

Um final de tarde inteiro a ver jogos de ténis e mais algumas horas da manhã antes da interrupção para o Giro. Depois, um jogo da selecção. Cervejas consumidas: zero.

Um novo eu
Acerca da arriscada e, por isso, bela arte de comentar – Bernardo Mota comenta o jogo da terceira ronda de Roland Garros que opõe Djokovic a Patience. Claramente, qualquer pessoa que acompanhe minimamente ténis não está à espera de ver Djokovic ter grandes problemas para ganhar. Para quem não acompanha, bastaria referir que há um hiato de para aí uns 120 lugares no ranking ATP entre os dois jogadores.

Só para chatear e estatística e mostrar que isto tudo é falível, Patience responde ao primeiro set perdido com uma vitória no segundo e, assim que ligo o televisor, segurou o seu jogo de serviço e fez 5-3 no terceiro, ou seja, uma quebra de serviço à maior. O sérvio prepara-se para servir e o Bernardo Mota reafirma a sua confiança nele, ganhando aquele jogo de serviço colocará pressão sobre o francês que depois terá que servir para fechar o set sobre pressão, alturá em que poderá tremer.

Entretanto, Djokovic já vai nos 30-0, tranquilamente quando o outro resolve atacar. Rapidamente estão nos 30-30 e aí o Mota já diz que o francês não tem nada a perder, pode arriscar à-vontade frente ao seu público parisiense, e o sérvio é que está sobre pressão, seria sempre mais fácil jogar com um jogador melhor colocado no ranking e sem ser autóctone. De qualquer das formas, é um teste interessante, beréubéubéubéu, pardais ao ninho.

Dupla falta e balde de água a roçar o gelado. Ponto de quebra de serviço que é simultaneamente de set. Primeiro serviço falhado, enterrado na rede ou fora, não me recordo. Segundo serviço seguido de uma direita ao longo que rasga o canto esquerdo superior do court e Patience remata o terceiro set em grande estilo. Volta de punho erguido para a cadeira, Djokovic de cabeça baixa.

Quarto set. Djokovic está no comando das operações. Serve para o 4-2, tem um break. De repente, quando menos se espera, o francês volta a disparar três ou quatro pontos absurdos, não se sabe muito bem vindos donde. Devolve o break. Serve de seguida um jogo branco no limite do perfeito, ases e winners a pontapé. O que é que diz o Mota? O francês está muito confiante, Djokovic tem que se pôr a pau.

É uma profissão dura. A de comentador, claro está.

P.S. – Gostaria de acrescentar que Bernardo Mota diz “eispetacular”. Fiquei na dúvida se se escreve com “is” ou “x”.

sexta-feira, junho 01, 2007

Da série apelidos-que-são-verdadeiras-verdades-de-la-Palisse

Tiffany Mulheron