terça-feira, outubro 30, 2007
E enquanto a água preenchia lentamente - o espaço exíguo donde se encontrava, almadiçoou todas as horas e minutos que passou em treinos intensos de mergulho livre ao longo dos anos. Porque sabia que a capacidade pulmonar que desenvolveu só iria prolongar a longa e lenta agonia do seu afogamento.
domingo, outubro 28, 2007
Afirmar a beleza dela era uma verdade de La Palisse. Isto porque não era apenas bem parecida, era muito mais do que isso, uma verdadeira femme fatale. E também não era a só a toilette que envergava. Até porque tudo o que vestisse infalivelmente ficar-lhe-ia bem, por mais demodé que pudesse ser. Era todo o mise en scène, desde a forma blasé como andava até ao olhar de enfant terrible. Mais: consciente da situação, dava cada passo como se dissesse L’État c’est moi, como se tivesse uma carte blanche para fazer o que quisesse neste mundo. Parecia uma rainha que tinha dispensado a sua entourage.
Ele não resistia a acompanhar a deslocação daquela belle de jour com os olhos, nem sequer era capaz de disfarçar o interesse no seu derrière. Azarado no capítulo sentimental, toda a sua vida tinha fantasiado com um simples rendez-vous amoroso com uma criatura daquele calibre, crème de la crème da beleza feminina. Daquelas que arrancam um sentido oh lá lá ao público masculino.
Mas faltava-lhe a coragem. O seu défice de confiança, típico dos que se consideram bas fond, era a sua bête noire. Achava-se condenado à partida a nunca conseguir. Um affair daqueles não estava à sua altura. E, por isso, não arriscava, preferia não se expor, encore une fois, a um balde de água fria, um déjà vu recorrente.
Até que um célebre dia, helàs, tudo mudou. Sentado à sua mesa de pequeno-almoço, viu-a dirigir-se a si. Primeiro pensou que, como sempre, nada de especial iria acontecer e que tudo aquilo não passaria de mais um fait divers. Provavelmente, um qualquer assunto banal de trabalho. Mas quando ela lhe disse num tom de voz repleto de charme:
Encore bien que je te trouve
O rumo dos acontecimentos parecia querer mudar. Não era forma de começar a falar se o objectivo fosse discutir, à vol d’oiseau, en passant, qualquer coisa entediante. Sem lhe ter dado tempo para que lhe respondesse, voilà, ela continuou e, qual croupier destemido, subiu a parada com uma verdadeira pièce de resistance
Voulez vous couchez avec moi...
E depois, inclinado-se ligeiramente para a frente, exibindo o decote que deixava entrever um pouco da lingerie provocante, acrescentou
ce soir...?
Touché. Dir-se-ia que o corpo dele perdeu toda a tonicidade, que o coração deixou de ter uma raison d’être para continuar a bombear o sangue pelas veias. Quase se engasgava no croissant quente e crocante que comia e não teve presença de espírito para soltar uma palavra que fosse, aquela que noblesse oblige.
Sentindo a perplexidade dele ante o tête-à-tête inesperado, percebeu que tinha que fazer algo mais para lhe devolver a joie de vivre. Ou, no mínimo, alguma cor à sua expressão. E então, como se lhe desse um chachet para que ele pudesse acompanhar o montante da aposta.
Ceci n’est pas une blague
Ele não resistia a acompanhar a deslocação daquela belle de jour com os olhos, nem sequer era capaz de disfarçar o interesse no seu derrière. Azarado no capítulo sentimental, toda a sua vida tinha fantasiado com um simples rendez-vous amoroso com uma criatura daquele calibre, crème de la crème da beleza feminina. Daquelas que arrancam um sentido oh lá lá ao público masculino.
Mas faltava-lhe a coragem. O seu défice de confiança, típico dos que se consideram bas fond, era a sua bête noire. Achava-se condenado à partida a nunca conseguir. Um affair daqueles não estava à sua altura. E, por isso, não arriscava, preferia não se expor, encore une fois, a um balde de água fria, um déjà vu recorrente.
Até que um célebre dia, helàs, tudo mudou. Sentado à sua mesa de pequeno-almoço, viu-a dirigir-se a si. Primeiro pensou que, como sempre, nada de especial iria acontecer e que tudo aquilo não passaria de mais um fait divers. Provavelmente, um qualquer assunto banal de trabalho. Mas quando ela lhe disse num tom de voz repleto de charme:
Encore bien que je te trouve
O rumo dos acontecimentos parecia querer mudar. Não era forma de começar a falar se o objectivo fosse discutir, à vol d’oiseau, en passant, qualquer coisa entediante. Sem lhe ter dado tempo para que lhe respondesse, voilà, ela continuou e, qual croupier destemido, subiu a parada com uma verdadeira pièce de resistance
Voulez vous couchez avec moi...
E depois, inclinado-se ligeiramente para a frente, exibindo o decote que deixava entrever um pouco da lingerie provocante, acrescentou
ce soir...?
Touché. Dir-se-ia que o corpo dele perdeu toda a tonicidade, que o coração deixou de ter uma raison d’être para continuar a bombear o sangue pelas veias. Quase se engasgava no croissant quente e crocante que comia e não teve presença de espírito para soltar uma palavra que fosse, aquela que noblesse oblige.
Sentindo a perplexidade dele ante o tête-à-tête inesperado, percebeu que tinha que fazer algo mais para lhe devolver a joie de vivre. Ou, no mínimo, alguma cor à sua expressão. E então, como se lhe desse um chachet para que ele pudesse acompanhar o montante da aposta.
Ceci n’est pas une blague
sábado, outubro 27, 2007
Sobre a praga dos jornais gratuitos – ter que dizer não, não quero a três, quatro pessoas por dia, daquelas que têm coletes com publicidade e resmas de papel estacionadas num dos braços.
quarta-feira, outubro 24, 2007
Corri uma busca no youtube por Eládio Clímaco. Com e sem acentos. Não surgiu nada. Então não tive outra alternativa senão improvisar. Pelo meio, fiquei a saber que vai haver uma nova edição, que será transmitida em 2008.
segunda-feira, outubro 22, 2007
O Carmo e a Trindade - já estão estatelados no chão há muito tempo quando o próprio task manager aparece com a indicação not responding.
domingo, outubro 21, 2007
«Porque pela morte de Deus é que nasceu o homem – à imersão de um correspondeu a emersão de outro.»
Invocação ao meu corpo, Vergílio Ferreira
Invocação ao meu corpo, Vergílio Ferreira
sábado, outubro 20, 2007
Nunca prendias os cabelos. Achavas que era um acto de quase censura, um desrespeito pelos direitos de cada um dos fios lisos e compridos. Um dia disse-te que os sapatos que calçavas forçosamente agrilhoavam os teus pés, encarcerados naquela espécie de caixas compridas de tecido e borracha.
No dia seguinte trazias um rabo-de-cavalo.
No dia seguinte trazias um rabo-de-cavalo.
sexta-feira, outubro 19, 2007
É normal - que as derrapagens orçamentais da Igreja da Santíssima Trindade em Fátima não mereçam nem um milésimo do destaque que tiveram outras obras como estádios do futebol para o Euro: a derrapagem da Igreja é paga pelos fiéis, a dos estádios, em grande e obscena parte, pelo Estado, ou seja, pelos que pagam impostos.
De qualquer das formas, se fosse fiel, ficaria lixado.
De qualquer das formas, se fosse fiel, ficaria lixado.
quinta-feira, outubro 18, 2007
Se já tinha vergonha quando via o Governo do meu país, qual vassalo de terra chinesa, assobiar para o lado de cada vez que o Dalai Lama nos resolve fazer uma visita, mais encolhido fiquei ao ver que nos Estados Unidos o líder espiritual é recebido com honras de Estado e, desta vez, até recebeu qualquer coisa das mãos do Bush.
Porra, atrás dos americanos é que não pá.
Porra, atrás dos americanos é que não pá.
quarta-feira, outubro 17, 2007
Eu sei que, para um português, não é fácil pronunciar a palavra buoy. É, sem qualquer comparação possível, muito mais fácil dizer boy. Mas não consigo evitar sentir alguma estranheza quando a malta da natação e das piscinas diz pool boy quando se referem a uma pool buoy. Mesmo quando sei que é algo que está tão entranhado que pronunciar correctamente o objecto à borda de água seria cometer uma heresia.
Porque o pool boy é aquele menino a quem os americanos ricos pagam para que ele trate da piscina: para verificar os níveis de cloro e aspirar aquilo de vez em quando, quiçá dar um jeitinho na chaise longue. Assim como têm os instrutores particulares de ténis para as senhoras ociosas e essas coisas. Pegar num desses meninos e treinar braços com ele agrilhoado nas pernas, é uma imagem mental que preferia não ter.
Porque o pool boy é aquele menino a quem os americanos ricos pagam para que ele trate da piscina: para verificar os níveis de cloro e aspirar aquilo de vez em quando, quiçá dar um jeitinho na chaise longue. Assim como têm os instrutores particulares de ténis para as senhoras ociosas e essas coisas. Pegar num desses meninos e treinar braços com ele agrilhoado nas pernas, é uma imagem mental que preferia não ter.
terça-feira, outubro 16, 2007
segunda-feira, outubro 15, 2007
Via o dedo pontiagudo a acusá-lo. Claramente, sem a mínima hesitação. Culpado. A culpa é toda tua. Tua, e só tua. Queria deixar de ver a cabeça daquele dedo, a ponta da unha insinuante mas, por muito que tentasse afastar o olhar, parecia que o seguiam. Até que percebeu que não valia a pena tentar fugir.
A mão era sua.
A mão era sua.
domingo, outubro 14, 2007
sábado, outubro 13, 2007
São estas coisas da Igreja Católica que me irritam profudamente. Como se não fossem eles os senhores do silêncio, que passaram grande parte da sua história a torturar todos os que não papagueassem o discurso deles e que ainda hoje adoram envolver-se em secretismos e promover a ignorância.
O laicismo, ao afastar a religião da esfera política, garante a existência da liberdade religiosa de cada um, ao evitar que uma delas, sob braço armado das forças dos governos, desenvolva comportamentos predatórios. Como é óbvio, pouco habituada a não ter o protagonismo, a Igreja Católica não lida bem com estes papéis secundários.
E não me venham com essas conversas de que, como teve um papel importante na história nacional e é a religião com mais fiéis no país, o catolicismo tem, por estas razões, o direito a uma posição de destaque. O catolicismo tem é o dever de agir com respeito pela diferença.
O laicismo, ao afastar a religião da esfera política, garante a existência da liberdade religiosa de cada um, ao evitar que uma delas, sob braço armado das forças dos governos, desenvolva comportamentos predatórios. Como é óbvio, pouco habituada a não ter o protagonismo, a Igreja Católica não lida bem com estes papéis secundários.
E não me venham com essas conversas de que, como teve um papel importante na história nacional e é a religião com mais fiéis no país, o catolicismo tem, por estas razões, o direito a uma posição de destaque. O catolicismo tem é o dever de agir com respeito pela diferença.
sexta-feira, outubro 12, 2007
quinta-feira, outubro 11, 2007
quarta-feira, outubro 10, 2007
Já não sei se comecei - pelo Crime e Castigo se pelos Cadernos da Casa Morta. Não tive outra hipótese senão continuar, Dostoievski não é para ficar na estante. Depois achei que devia alargar a mais autores clássicos da literatura russa. Dei uma saltada até ao Tolstoi e li o calhamaço Guerra e Paz. A etapa seguinte foi há muito pouco tempo e tinha como ideia principal percorrer os escritores de contos. Resolvi-me pelo Gógol e apanhei uma grande banhada. Podia continuar este texto como uma série de razões para não ler o senhor. Mas vou deixar que seja ele a apresentar o rol completo sozinho. Segue-se um excerto de Diário de Louco:
«Ao ficar sozinho, decidi tratar dos assuntos de Estado. Descobri que a Espanha e a China são uma e a mesma terra e que só por ignorância são considerados Estados distintos. Aconselho a toda a gente que escreva expressamente num papel «Espanha» - o resultado será «China». Entretanto, entristecia-me muito o acontecimento que teria lugar no dia seguinte. Amanhã, às sete horas, ocorrerá um fenómeno estranho: a Terra pousará na Lua. Escreve sobre isso, inclusivamente, o famoso químico inglês Wellington. Confesso que me senti preocupado do fundo do coração ao imaginar a extraordinária delicadeza e fragilidade da Lua. É que a Lua se fabrica, normalmente, em Hamburgo, e é de péssima qualidade. Admira-me que a Inglaterra não preste atenção a este facto. O fabricante é um tanoeiro coxo, e vê-se logo que é imbecil, não tem a mínima noção da Lua. Utilizou uma corda alcatroada e uns restos de azeite de lâmpada rançoso; por isso, é terrível o fedor por toda a Terra, é obrigatório tapar o nariz. Daí que a própria Lua seja uma bola tão frágil que as pessoas não podem viver nela, pelo que agora só lá moram narizes. É por esta mesma razão que não podemos ver os nossos próprios narizes, uma vez que estão todos na Lua.»
Felizmente falta-me ler os Irmãos Karamazov. Óptimo para desentoxicar.
«Ao ficar sozinho, decidi tratar dos assuntos de Estado. Descobri que a Espanha e a China são uma e a mesma terra e que só por ignorância são considerados Estados distintos. Aconselho a toda a gente que escreva expressamente num papel «Espanha» - o resultado será «China». Entretanto, entristecia-me muito o acontecimento que teria lugar no dia seguinte. Amanhã, às sete horas, ocorrerá um fenómeno estranho: a Terra pousará na Lua. Escreve sobre isso, inclusivamente, o famoso químico inglês Wellington. Confesso que me senti preocupado do fundo do coração ao imaginar a extraordinária delicadeza e fragilidade da Lua. É que a Lua se fabrica, normalmente, em Hamburgo, e é de péssima qualidade. Admira-me que a Inglaterra não preste atenção a este facto. O fabricante é um tanoeiro coxo, e vê-se logo que é imbecil, não tem a mínima noção da Lua. Utilizou uma corda alcatroada e uns restos de azeite de lâmpada rançoso; por isso, é terrível o fedor por toda a Terra, é obrigatório tapar o nariz. Daí que a própria Lua seja uma bola tão frágil que as pessoas não podem viver nela, pelo que agora só lá moram narizes. É por esta mesma razão que não podemos ver os nossos próprios narizes, uma vez que estão todos na Lua.»
Felizmente falta-me ler os Irmãos Karamazov. Óptimo para desentoxicar.
terça-feira, outubro 09, 2007
segunda-feira, outubro 08, 2007
domingo, outubro 07, 2007
sábado, outubro 06, 2007
Frankfurt é incaracterística e, por isso, caracteristicamente alemã. Tirando o pequeno centro histórico, pouco há que possa atrair um possível turista. Como muitas cidades alemãs, renasceu da destruição quase total, resultado da Segunda Guerra Mundial, razão pela qual a maioria das construções é relativamente recente.
Em certa medida, é ainda mais do que nua, chega mesmo a parecer uma cidade morta: há pouco movimento, poucas pessoas na rua, pouco trânsito. À noite está tudo fechado. Não é a cidade propícia para quem gosta de uma vida agitada ou bastante social.
Só há uma vertente para a qual esta aparente inactividade é, sem margem para dúvidas, enganadora e, por isso, não deve ser subestimada: a financeira. Basta ver que quando abre a boca para falar de taxas de juro, o mundo inteiro pára para a ouvir.
Frankfurt é um dos grandes centros financeiros da Europa, como Londres. A diferença é que, se Londres não tivesse bancos, não deixaria de ser uma grande cidade europeia.
Em certa medida, é ainda mais do que nua, chega mesmo a parecer uma cidade morta: há pouco movimento, poucas pessoas na rua, pouco trânsito. À noite está tudo fechado. Não é a cidade propícia para quem gosta de uma vida agitada ou bastante social.
Só há uma vertente para a qual esta aparente inactividade é, sem margem para dúvidas, enganadora e, por isso, não deve ser subestimada: a financeira. Basta ver que quando abre a boca para falar de taxas de juro, o mundo inteiro pára para a ouvir.
Frankfurt é um dos grandes centros financeiros da Europa, como Londres. A diferença é que, se Londres não tivesse bancos, não deixaria de ser uma grande cidade europeia.
sexta-feira, outubro 05, 2007
«A economia russa tinha, e ainda tem, uma particularidade: há três condições para o êxito nos grandes negócios. A primeira é que o sucesso chega aos que primeiro agarraram numa fatia da tarte estatal – isto é, uma coisa do Estado passa a ser sua propriedade privada. É por isso que a grande maioria dos grandes homens de negócios russos foram membros da nomenklatura do Partido Comunista, da Juventude Comunista ou funcionários do Partido.
A segunda condição é que, uma vez bem-sucedido na apropriação de bens do Estado, uma pessoa se mantenha perto das autoridades – ou seja, que “alimente”, leia-se suborne, as autoridades com regularidade. Isto deverá garantir que a sua empresa privada prospere.
A terceira condição é fazer amigos (isto é, subornar) nas polícias e departamentos de segurança.»
A Rússia de Putin, Anna Politkovskaya
A segunda condição é que, uma vez bem-sucedido na apropriação de bens do Estado, uma pessoa se mantenha perto das autoridades – ou seja, que “alimente”, leia-se suborne, as autoridades com regularidade. Isto deverá garantir que a sua empresa privada prospere.
A terceira condição é fazer amigos (isto é, subornar) nas polícias e departamentos de segurança.»
A Rússia de Putin, Anna Politkovskaya
quinta-feira, outubro 04, 2007
Sei que acreditarias em mim se te mentisse. Mesmo que soubesses que te estava a mentir. A mentira não é só de quem a profere; é também de quem a assimila como a verdade e, para si, a classifica como tal.
quarta-feira, outubro 03, 2007
Por que é que os computadores – só apanham vírus? Por que razão não poderão apanhar bactérias, micróbios ou mesmo estafilococos? Assim, em vez de apenas existir antivírus, poderia existir também, por exemplo, software antibiótico. E porque não fungos e antifúngicos?
terça-feira, outubro 02, 2007
Encheu-se de coragem e disse-lhe que a amava. Depois, para acrescentar um toque de dramatismo ou apenas para soar mais hollywoodesco,
Amo-te desde a primeira vez que te vi.
Ela esboçou um sorriso. Talvez comovido. Inclinou ligeiramente a cabeça, os olhos brilharam e fecharam um pouco, a testa franzida. Depois levou a mão à nuca dele, puxou a cabeça dele na sua direcção e beijou-o na testa. E enquanto lhe afagava a cara
Que querido...
Foi nesse dia que ele deixou de acreditar no amor.
Amo-te desde a primeira vez que te vi.
Ela esboçou um sorriso. Talvez comovido. Inclinou ligeiramente a cabeça, os olhos brilharam e fecharam um pouco, a testa franzida. Depois levou a mão à nuca dele, puxou a cabeça dele na sua direcção e beijou-o na testa. E enquanto lhe afagava a cara
Que querido...
Foi nesse dia que ele deixou de acreditar no amor.
segunda-feira, outubro 01, 2007
«Fear not, Led Zep fans, there can be a better way - The prospect of going to see Led Zeppelin perform for the first time in 19 years will excite some readers – but those who would enjoy hearing a live rendition of “Stairway to Heaven” may be greated by a stairway to hell in their struggle to get tickets for the Zep’s tribute concert in memory of Atlantic Records’ founder Ahmet Ertegun.
The circus that has ensued would dent anyone’s confidence in promoters. A crashed website, a ballot with a window of less than a week to enter and no guarantee of a ticket at the end of it. Add to this, of course, the blood-spitting opposition of such promoters to reselling your ticket if you turn out to be unable to attend. “Be patient”, was the concert spokesperson’s answer to the debacle. Be realistic, is my response, and look to the US for a healthier way of ticket allocation.
State after state in the US is repealling so-called “anti-scalping” (touting) laws, freeing the resale of tickets both on- and offline. Eliot Spitzer, governor of New York, said “ticket scalping laws historically have not worked” and signed a la allowing tickets to be resold with certain restrictions.
(...)
The evidence points to the conclusion that anti-scalping laws, or rather, laws preventing the online resale of tickets, can drive prices up and are in the economic interest of event promoters. (...) the reason for inflated prices is a restricted supply on the secondary market owing to anti-scalping measures.
(...)
Yes, there will be some unscrupulous operators who will attempt to abuse the system. I take inspiration from the British parliamentarian Lord Salisbury, who wrote in the 1860s that parliament could easily legislate that gravity should not cause window cleanears occasionally to fall of their ladders, but there are limits to its true power.
As Paolo Nutini, who will be playing at the concert, sings: “Jenny, don’t be hasty”; well, let’s be honest, Jenny will have to be if she is going to get a ticket for events like this.»
Financial Times, 21 de Setembro de 2007
The circus that has ensued would dent anyone’s confidence in promoters. A crashed website, a ballot with a window of less than a week to enter and no guarantee of a ticket at the end of it. Add to this, of course, the blood-spitting opposition of such promoters to reselling your ticket if you turn out to be unable to attend. “Be patient”, was the concert spokesperson’s answer to the debacle. Be realistic, is my response, and look to the US for a healthier way of ticket allocation.
State after state in the US is repealling so-called “anti-scalping” (touting) laws, freeing the resale of tickets both on- and offline. Eliot Spitzer, governor of New York, said “ticket scalping laws historically have not worked” and signed a la allowing tickets to be resold with certain restrictions.
(...)
The evidence points to the conclusion that anti-scalping laws, or rather, laws preventing the online resale of tickets, can drive prices up and are in the economic interest of event promoters. (...) the reason for inflated prices is a restricted supply on the secondary market owing to anti-scalping measures.
(...)
Yes, there will be some unscrupulous operators who will attempt to abuse the system. I take inspiration from the British parliamentarian Lord Salisbury, who wrote in the 1860s that parliament could easily legislate that gravity should not cause window cleanears occasionally to fall of their ladders, but there are limits to its true power.
As Paolo Nutini, who will be playing at the concert, sings: “Jenny, don’t be hasty”; well, let’s be honest, Jenny will have to be if she is going to get a ticket for events like this.»
Financial Times, 21 de Setembro de 2007