sexta-feira, abril 30, 2004

Lei – Logo à partida, é a vertente marcadamente quantitativa que salta à vista. Tudo é resumido a números na lei. Pior do que isso. Confesso não me ter apercebido quando ouvi falar nela pela primeira vez, não reparei na magnitude dos valores que usam para definir quem é elegível para receber o apoio do Estado Português. Acontece que fizeram uma experienciazinha. E só dois cientistas de toda a comunidade das ciências portuguesa são passíveis de ser abrangidos pela medida. Fantástico…

Para além deste ponto risível da aplicação prática da lei, há outras considerações a fazer. Uma vez mais, os critérios qualitativos são postos de parte. Um cientista que tenha publicado um artigo pode ser tão importante como um com milhares de artigos. Para alegrar ainda mais a festa, os próprios visados dizem, na maioria, que não viriam para terras lusas porque o problema é estrutural e não simplesmente uma questão de ter mais dinheiro: não há condições para fazer ciência, as pessoas têm de dar demasiadas aulas e não têm possibilidade de se concentrar a sério na investigação.

Sim senhor, que grande iniciativa.

quinta-feira, abril 29, 2004

Festa – É uma inundação de pessoas, músicos, músicas, acordes, instrumentos, pautas, confusão. Confesso não ser um entusiasta de eventos musicais sobre a forma de maratonas. Canso-me facilmente, a agitação não é agradável para quem se quer simplesmente sentir a ver uns tipos tocas umas coisas como deve de ser. Prefiro um simples concerto de cada vez, com calma e tranquilidade.

Mas também confesso gostar de ver montanhas de público a aderir a uma iniciativa deste género bem como o impacto que tal evento tem na comunicação social. A festa da música do CCB parece um sucesso de cada vez que regressa. Esperemos que continue em grande forma como até agora.

quarta-feira, abril 28, 2004

Camaradaz

Comemoramoz o trigégimo aniverchário da revolushão do vinte e chinco de Abril e os mezmoz problemaz acholam o nocho paíz. A política dezte Governo é uma dezgracha… o dezemprego aumentou…a inflachão dizparou para valorez….o neocapitalizmo e as medidaz que aumentam a precaridade no trabalho fazem-che…o focho entre os maiz pobrez e oz maiz ricoz aumenta…dizaridadez sociaiz…racizmo e chenofobia…

Blá blá blá blá…..zzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

terça-feira, abril 27, 2004

Difamação – Já não bastava a associação aos Leões de que era alvo o indivíduo, bem como o facto de que tem sempre gente a andar à volta dele, a trabalhar nele. Parece que agora o meteram numa encrenca de obras.

Sinceramente, “O Túnel do Marquês” é uma expressão muito má.

segunda-feira, abril 26, 2004

Granito volta a dar cartas – João Granito, o campeão nacional de cortes estratégico, voltou a realizar uma boa prestação na passada terça-feira ao conseguir não comparecer num edifício no Parque das Nações. Depois duma comparecência redonda num jantar em Santos o mês passado, em relação à qual terá dito “não consegui não ir”, Granito deita por terra os críticos que não o julgavam capaz de voltar às grandes prestações.

Desde pequeno que Granito manifestou uma apetência pela modalidade acima da média. Afirma que a família e os amigos sempre o apoiaram, inscreveram-no em treinos aos quais não foi, não o levaram a competições no estrangeiro e reuniões de desportistas da modalidade.

O atleta mostra-se bastante confiante em relação ao futuro da sua carreira. Aposta forte nos Jogos Olímpicos de Atenas, que se realizam este verão, aos quais espera não marcar presença. “Ficar fora dos dez primeiros lugares será um bom resultado”, afirmou ser o seu principal objectivo, neste momento.

domingo, abril 25, 2004

O valor da música – É complicado tentar definir os critérios pelos quais se distingue boa música da má. Mas que eles existem, não tenho a mínima dúvida. E a sua aplicação está também muito dependente da função ou propósito da música em si.

O que mais há são temas harmónica, melódica ou ritmicamente interessantes, complexos, intrincados, e que, por isso, são excelentes composições. Mas, por vezes, não cumprem uma outra função, a de dizer qualquer coisa que faça sentido para o público.

E depois há o contrário. Se pensar no “Grândola Vila Morena” única e simplesmente como uma canção, então não poderei dizer grande coisa em termos da qualidade e interesse da composição em si. Agora, uma coisa é certa. Mesmo não tendo vivido o período revolucionário, não são poucas as vezes que me emociona e dispara um arrepio do dedo mindinho do pé esquerdo à orelha direita.

É claro que, juntar as duas vertentes é que é o ideal.

sábado, abril 24, 2004

A perda – Era comprido, cinzento, com umas riscas azuis e verdes na largura, em pontos estratégicos. Lindo. De uma lã muito fofinha. Aquecia-me as manhãs frias de Inverno quando tinha de me levantar cedo, ou as noites quando ia dar uma volta.

Até que um dia acordei e ele não estava lá. Desapareceu. Sem deixar rasto. Sem dizer água vai. Saiu da minha vida sem uma só palavra, uma só justificação, uma explicação que me confortasse os dias amargos que se seguiram.

Muita coisa passou pela minha cabeça. Até que comecei a ver tudo claro. Todas aquelas conversas de que eu tinha um adereço muito giro e mais não sei quê, não me queres emprestar e coisas do género. Cheguei à conclusão que só posso ter sido vítima dum roubo planeado, um crime premeditado ao mais ínfimo detalhe.

E levado a cabo com a frieza e a precisão de quem não olha a meios para atingir cachecóis.

quinta-feira, abril 22, 2004

Grandes momentos – Amanhã comemora-se um grande dia no panorama da música nacional. Não me estou a referir ao início de mais uma secante e entediante sessão da festa da música no Centro Cultural de Belém. Ao invés, a um grande concerto que terá lugar numa sala que já se acostumou a receber grandes nomes da arte dos sons. Certamente, será inesquecível.

José Cid ao vivo no Coliseu dos Recreios.

quarta-feira, abril 21, 2004

Saúde – Andava eu, alegremente, devo confessar, nas minhas andanças festivas de fim-de-semana sossegado, sem mãe, pai, irmã, avó que me perturbem, quando dei de caras com um artigo do suplemento de saúde de “O Independente” deveras interessante. No meu caso, devo acrescentar, algo assustador pelo meio.

A propósito do dito cujo (e também porque me apetece escandalosamente aumentar o número de pessoas que me lêem, recorrendo a práticas assumidamente sensacionalistas) vou falar dum tema importantíssimo, controverso, tabu à mistura, mas extremamente adorado e nunca posto de parte, seja por quem for, de todas as classes sociais, idades e orientações políticas. É verdade, pela primeira vez neste espaço vou falar de sexo. Sim, porque eu sou um gajo que sim senhor, até gosto dessas coisas do amor e dos beijinhos.

Toda a gente conhece o velho cliché, frase feita maior que esta é difícil de arranjar, da amável esposa, namorada, amante, amiga colorida ou engate esporádico que se vira para o tigre de olhos penetrantes e esfomeados com quem partilha os lençóis e lhe diz qualquer coisa do tipo “Mor… fofo, hoje não, dói-me a cabeça…” assim como quem diz não estou para aí virada, cheiras mal, deixas pêlos no ralo da banheira, divirto-me mais com a minha revista e um daqueles aparelhos maravilhosos a pilhas.

É aqui que entra o artigo. Alterações do padrão de sono e mudanças de dieta (menos cafeína, mais doces) poderão, efectivamente, estar relacionadas com as ditas “cefaleias de fim-de-semana”. Contudo, deverão estar na mesma proporção que a falta de vontade de relações sexuais e, por isso, continuam a ter um carácter manifestamente de afastamento.

Mas há mais tipos de dores de cabeça, decorrentes da actividade sexual em si, e que são despoletadas pelo aumento da pulsação, pressão arterial, tensão muscular e da produção da seratonina, uma coisa que tem um nome terrível mas que tem a incrivelmente nobre tarefa de controlar os nossos impulsos ao nível do sistema nervoso. São as chamadas cefaleias orgásmicas (outro nome genial), porque aparecem durante ou depois do auge sexual.

E agora, pasmem-se, minhas senhoras e meus senhores, mas as investigações apontam para um sexo masculino mais atreito a sofrer desta última estirpe da maleita. Caríssima leitora, da próxima vez que estiver na trungalhunguice com o seu companheiro de horas não vagas, tenha atenção. Em vez de dizer “ai Jesus que lá vou eu”, ele poderá dizer “ai Jesus que lá vem ela”. A dor de cabeça, claro está. Assim, quando chegar à hora do “ora zus truz truz, ora zás trás trás”, em vez de ouvir o normal “ora chega, chega, chega”, poderá, ao invés, ouvir “ora arreda lá pra trás!”. Isto tudo com uma cara visivelmente assustada, evocando a valente cefaleia de que agora foge a sete pés.

Estará descoberta a origem da palavra “enxaqueca”?

P.S. – Convocam-se os blogoespectadores, masculinos e femininos (sim, também são visadas…!) para uma marcha lenta dos Restauradores até à Assembleia da República, onde se realizará um minuto de silêncio, em honra das vítimas deste flagelo.

terça-feira, abril 20, 2004


Simplicity - Most of the best things you can ever offer someone are the most simple you can thing of. Imagine how an ordinary glass of water might be incredibly appreciated by some poor guy who just crossed the Sahara. That’s the thing about gifts. They are much more dependent on the context in which they were given than anything else.



Of course, in the situation I’m referring to now, there’s also the thing about welcoming you, giving you a guided tour of the most important places and sightseeing, taking you partying at night. But you never forget a toothbrush when you’ve been “brushing” your teeth with your finger for two days. Even if you carry it around in your pocket all night and use it to kill the birds inside the street signs that sing for the blind.

Thank you, girls.

segunda-feira, abril 19, 2004

Otário – Costuma-se dizer que pau que nasce torto, tarde ou nunca se endireita. E, realmente, há gajos mesmo atravessados. Sousa Lara não podia ficar calado, tinha mesmo de vir à televisão comentar a recente aproximação entre o Executivo social-democrata e o Prémio Nobel da Literatura. Voltaria a fazer tudo da mesma forma, não entende a actuação de Durão Barroso que classifica de auto-flagelação. O “Evangelho” de Saramago continua a ser uma obra blasfema, que ofende a moral cristã.

Então e o Estado de Direito, que tem como um dos pilares fundamentais a liberdade de expressão? É para esquecer quando convém? Já agora, poderíamos regredir e voltar àquele pesadelo a que vivíamos até termos expulso uma ditadura. Porque censura é um comportamento que se coaduna com esse regime, não com que o vigora actualmente.

Com atitudes destas, também a minha moral de ateu fica profundamente ofendida.

domingo, abril 18, 2004

Profissionalismo – Pus-me confortável num daqueles bancos corridos de madeira que têm uns apoios óptimos para os pés. A cerimónia parecia prestes a começar, havia muita gente visivelmente nervosa no recinto. Às tantas lá apareceu a protagonista feminina, conduzida da porta até cá à frente por um gajo com idade para ser pai dela que rapidamente se desfez da sua mão e a atrelou ao protagonista.

Seguiu-se o parlapié. O tipo do fato branco lá começou a dizer as coisas dele, assim e assado. Tinha um grave problema. Era indeciso. Ora mandava levantar, ora mandava sentar, ora sentem-se ora levantam-se, ora cantem comigo, ora façam gestos rápidos à frente da cara e do peito.

Mas o que mais desgostei nele até nem foi essa questão. Foi o egoísmo. Não é que, a páginas tantas, toca de encher um copo todo catita com vinhaça e o despejar todo para o bucho, com umas palavras pelo meio, sem sequer se preocupar se alguém queria? Passado um bocado estava a oferecer hóstias. Olha, muito obrigado, hóstias também ofereceria eu, à campeão, à mãos-largas. Ainda por cima, a dizer que aquilo era corpo e mais não sei quê, uma coisa a virar para o canibal.

Eu não queria dizer porque afinal gostava que aquilo tivesse corrido bem. Felizmente, não fui o único a pensar que deu para o torto. Coitados dos protagonistas que queriam tudo a andar sobre rodas e afinal, acabaram por pedir o livro de reclamações e foram assiná-lo à frente do tipo de branco enquanto nós íamos saindo calmamente do edifício, não sem sentir alguma pena por eles.

É por isso é que este país não vai a lado nenhum!

sábado, abril 17, 2004

Rainha Maria – Diz que é grande, que nunca se fez uma coisa daquele tamanho que flutuasse. Os números com o que a anunciam são de deixar um tipo meio aparvalhado. Mas, para rainha, tem comportamentos um bocado para o estranho, algo impróprio. A não que o nome explore aquele outro sentido que os anglo-saxónicos dão a essa palavra.

Anda para aí a atracar de proa em tudo o que é porto…

sexta-feira, abril 16, 2004

Muita parra e pouca uva – Independentemente da polémica ou da falta dela, há que discutir o livro em si, enquanto uma obra. Infelizmente, não tenho boas coisas para dizer. Uma vez mais, Saramago desapontou-me. A ideia do voto em branco, e tudo o que de resto dela se pode tirar, é óptima para o mote do romance. Talvez boa demais, de tal forma que ficamos eternamente na expectativa dum final à altura.

Que teima em não aparecer. Espicaçados a ler página atrás de página para ver até onde vai a questão levantada, acabamos por ser altamente defraudados, as expectativas são frustradas. De facto, o escritor sabia sobre o que queria escrever. Mas não sabia como nem o quê. A certa altura, a imagem de encher chouriços começa-me a assolar o pensamento e acaba por ser ela a dominar os últimos capítulos.

O vencedor do Prémio Nobel segue a mesma linha de romances como a Caverna e o Homem Duplicado, onde grandes temáticas são abordadas de forma incipiente, desengraçada, muito pouco originais.

Idade…?

quinta-feira, abril 15, 2004

Acerca da lucidez (ou da falta dela) – Muitas das vezes que leio o que o Miguel Sousa Tavares escreve, solto aquele “Até que enfim, haja alguém que pensa como eu” que todos costumamos levar aprisionados no fundo da garganta. Na sexta-feira passada, cumpri este ritual depois de ler "O Público". Porém, foi nitidamente uma precipitação, como agora reconheço. O Miguel abordou a questão do novo romance de Saramago duma forma que parece não ter pegado no livro antes. Começa por corrigir o Prémio Nobel, mais coisa menos coisa, desta forma:

O voto em branco não é o afirmar do descrédito na democracia. É exactamente o oposto. Pese embora a ausência duma escolha por parte do eleitor, este voto manifesta a sua total concordância com o nosso sistema político. Senão não se teria dado ao trabalho de ir até ao local da eleição. Os votos nulos e a abstenção são os que atacam a democracia que, através do desinteresse e da afronta, mostram que quem a eles recorreu acha que a sua contribuição de nada serve, ou seja, não acredita no sistema.

Miguel, em que parte do livro é que Saramago afirma que o voto em branco vai contra o regime democrático? O escritor limita-se a construir uma ficção centrada na incapacidade do poder político de compreender, organizar-se e encontrar soluções para o resultado inesperado daquelas eleições. Aliás, se bem me lembro, a grande marca do acto eleitoral chave no romance é o facto da abstenção ter sido reduzida.

Muita gente se tem levantado, esperneado, refilado, insultado mas poucos olham de frente para a verdadeira questão central do que se passa naquele cenário imaginário. O voto em branco não é o protagonista. É a consequência, a manifestação. A falta de identificação com as alternativas disponíveis e de confiança nos projectos eleitorais que muitos eleitores sentem é que se pretende levar à barra.

O problema é identificar o verdadeiro culpado.

quarta-feira, abril 14, 2004

Made in Brasil #3

Título – “Fotos da festa..Edu…”

“Como ñ tenho certeza do e-mail, envio essas de momento, assim q tiver
confimaçäo do e-mail ,envio as demais .Um abraço do amigo .


Aqui deixo minha sina
Edu .”



terça-feira, abril 13, 2004

Made in Brasil #2

Título – “Como vai seu veadinho???”

“Fala Daniel!
Esqueceu de nós, heim!?
Mas já estou acostumado...
Fora o Tinga, que me liga sempre e até já mandou uma camisa 77 do
Sporting para minha coleção, o restante não está nem aí para a gente...
Tô sabendo de umas tuas por aí...
Como estás, tudo bem!?

Por aqui estamos arrebentando de vender, graças a Deus.
Se teu e-mail estiver correto, mandarei umas fotos do evento que
fizemos.

Aguardo teu retorno.

Um abraço,
Jefferson Bicca”

segunda-feira, abril 12, 2004

Made in Brasil #1 – E-mails trocados continuam a invadir a minha caixa. E todos oriundos do Brasil. Hoje, coloco o primeiro de três, sequência que pretendo continuar nos dias seguintes, culminando com o meu preferido, um rapazola que fez o favor de incluir fotografias e tudo. Espero que se divirtam com eles como eu me tenho divertido.

Título – “Fala Daniel!!!!”

“Dããããã

E ai Daniel, como vão as coisas ai neste frio, tudo bem? E o passeio de hoje, como foi, deve ter sido muito legal. Já ouvi falar que a Praça Vermelha é bonita demais. Tinha que tirar uma foto nela com a camisa do inter e mandar dizendo: A Praça é Vermelha e Colorada!!! Tá garantido teu emprego no Inter até o fim da vida.

A pergunta que tu tinha me feito sobre o vestiário: vai se chamar Frederico Arnaldo Balve, que foi um presidente do Inter. Vai inaugurar na terça feira, dia 06/04 as 18:00 horas daqui. O nome tinha que ser Daniel Carvalho....

Cara, todo mundo que te conheceu fala em ti, conta tuas histórias - é claro que o Galo aumenta tudo - e sente tua falta por aqui, é bom ver que tu deixou um monte de amigos por onde tu passou.

Manda tuas histórias dai, fala dos furos que tu vai inventar de fazer, por que afinal de contas teu tico e teco só se entendem na hora de jogar bola, no resto do tempo eles brigam. As fotos do vestiário a gente vai mandar depois, pq tá em obras ainda, quando tiver tudo pronto a genta manda, certo.

Um abraço prá ti e pra tua família ai, ve se responde.
Abração
Déda”

domingo, abril 11, 2004

Uma Páscoa cheia de Carnavais, é o que deseja aqui o Pai Natal. Cuidado com os abusos alimentares, amêndoas, ovos de chocolate e afins! Depois não se queixem que o Michelin cresce!!

sábado, abril 10, 2004

Terrorist Governments – A month ago, bombs went off in suburban trains heading for Madrid in the early hours of the morning. A massive terrorist attack took place, the biggest ever in Spain. Since then, a lot has been said a lot more will be. Discussing the slaughtering is not my purpose. What else can you add to the discussion when you’re simply talking about two hundred deaths? Yes, it’s true; I confess I’m here to discuss politics.

What I find absolutely intolerable, disgusting, appalling, whatever adjectives you may want, is the fact that the Spanish PP was much more worried about protecting themselves, hiding the truth from the electorate. They knew public opinion would punish them for the position alongside the USA and so, they deemed telling the truth about death something not as important as creating the conditions to see their party re-elected.

After all, they only had to disguise the facts a little bit for a couple of days, just enough to get them passed the elections. Zapping exercise: while TV’s from all over the world were screening Saturday night’s protests in Madrid, Spanish channels, public and private, where pretending nothing was happening. TVE was airing a wildlife documentary. A Spanish girl told me the following week that the private are owned by a holding the PP controls. Go figure.

The result: right wing fell that Sunday. More people than the poles told us would vote showed up and demonstrated that, above all, we the voters can’t stand lies. Probably fearing a manipulation of the kind could also be put in practice in their own backyard, the French decided to present Monsieur Jacques Chirac with a dilemma worth a couple of migraines, forcing him to consider having to dismiss Monsieur Jean Pierre Raffarin.

All of this is great. It just goes to show how we can become a nightmare to the ones that rule the destiny of our countries. With a manifestation of disapproval in regard to lying, we point out democracy’s main problem nowadays, the lack of credibility. I just hope my own rightwing Government learned a few lessons the past weeks. It should, at least, have a bunch of things to think about.

I’m not exactly here to present a miraculous recipe to end with one of the plagues that torment our days. Far from that. I wouldn’t be able to, I do not possess one. But what I do know is that violence only generates violence and I’m pretty much sure I’m not the only one to be acquainted with this precious little piece of advice. And, therefore, the traditional striking back solutions, especially when based on shitty assumptions about weapons that will never be discovered, don’t seem to be able to take us to where we really want to go.

And I mean peace, in case most of those sitting in the chairs of power have forgotten.

segunda-feira, abril 05, 2004

De abalada - Amanhã vou retribuir uma visita. algo que, a seu tempo explicarei com mais cuidado. Para já, para já, uma pequena nota para dizer que vou dar uma saltada até Salamanca e só volto na sexta-feira.

Até lá
Mar – Há dias, o já conhecido neste espaço Granito perguntava-me se era realmente assim tão importante o facto de ter vista de mar numa casa. Insistia, porque afirmava uma loucura o que se paga para a ter, quantas vezes olhas da tua janela para o mar? Muito mais do que pensas, respondi de imediato.

Pensei nos saudosos (ou não!) dias de estudo em que me colocava estrategicamente de frente para o janelão. A vegetação já foi mais, o processo de urbanização frenético assim o dita. Mas a cor do mar permanece. Às vezes, mais azul, quando o sol espalha a sua aura por todo o lado. Outras mais cinzento, quando a chuva contagia o espírito das coisas.

Lembrei-me de como a consequência lógica de passar quatro meses longe do mar se traduziu numa das primeiras visitas que fiz. O som das ondas a debaterem-se com a areia e as rochas continuava igual, exactamente àquele que retive na memória. As gaivotas e os surfistas, eternos apreciadores também, faziam a mesma deambulação que eu.

Lembra-te, Granito, de um dos nossos maiores poetas. Aquele em cuja conta pomos a bica e o pastel de nata sempre que vamos à Brasileira. Das inúmeras prendas que nos deixou, “O Mar Portuguez” é uma das que prefiro.

E ele di-lo como ninguém.

domingo, abril 04, 2004

Primum non nocere

Antes as dúvidas florescem
Antes o medo não é inocente
Antes os receios crescem, mas o
Depois faz-se no presente; então:

Melhor é falhar mas tentar
Melhor é tropeçar mas continuar a andar
Melhor é ferir mas prosseguir
Pior é estar morto sem o estar; e:

Certo é querer conquistar
Certo é querer lutar
Certo é a cabeça levantar
Errado é os braços cruzar; porque:

Todo o tempo de anos cem
Todo o tempo de contentamento puro,
Todo o tempo de uma vida não existe sem
Nenhum segundo de arrependimento duro.


Setembro de 1999

sábado, abril 03, 2004

Categoria Insólito – Está tudo com problemas de visão cromática no metro de Lisboa? Ai não? Então porque raio é que a linha denominada de azul é, na realidade, roxa?

sexta-feira, abril 02, 2004

Diversão – Se calhar a questão nunca foi estar informado. Pelo menos, se considerarmos o grande público. Porquê? Basta atentar nas “notícias” e na forma como são tratadas. Que raio é que o facto da Carina Vanessa não poder ir à escola me interessa? Ou que na aldeia dela não haja água e luz? Ou que o senhor ou senhora X tenha posto os palitos ao respectivo cônjuge?

Mesmo aqueles trechos a que, efectivamente, podemos chamar notícia sem margem para dúvidas, por exemplo, os recentes atentados na capital espanhola, são abordados de forma empolada, como se se tratasse dum espectáculo. E isto leva-nos à verdadeira questão. A seguinte:

Hoje em dia, a informação noticiosa é considerada um entretenimento para muito boa gente. Uma forma de passar o tempo, de distrair, ver televisão, ler umas linhas. Informam-se, ao mesmo tempo que se entretêm com uma historieta cativante, de contornos mirabolantes e, por isso, altamente sugestivos.

É a era do infotainement.

quinta-feira, abril 01, 2004

Combate – Será uma tentativa de acabar com o discurso existente na net através duma concorrência desleal? Sim, desleal porque milhões de pessoas consomem o produto todos os dias e são atingidas por mensagens em tudo parecidas com as críticas e chalaças que a maioria dos colegas blogueiros publicam on-line.

Ora pensem nisso da próxima vez que beberem um café e pegarem num pacote de açúcar da Nicola.