quarta-feira, dezembro 31, 2003

Doze - Doze foram os meses que passaram, doze são os números por onde passam os ponteiros do relógio, doze são as badaladas que assinalamos, doze são as passas. Um dos grande clichés é dizer que o melhor do ano que passou seja o pior do vindouro, uma bonita frase que encerra a esperança dum futuro simpático e todo o positivismo para o alcançar.

Até para o ano, até 2004.

terça-feira, dezembro 30, 2003

Tipos de frases – Que eu saiba, apenas castelhano os têm. Aqueles arabescos que aparecem no início das frases interrogativas ou exclamativas, para que o excelentíssimo senhor leitor possa aperceber-se do carácter da frase que se segue e aplicar a entoação de voz e expressividade adequadas à situação. Não tenho nada contra. Apenas curiosidade e algumas dúvidas.

Por exemplo, acaso o ilustre leitor luso-falante não se aperceberá de imediato que a frase que agora digito no meu simpático computador é interrogativa? Penso que facilmente chegará a essa conclusão, sem necessitar de qualquer tipo de ponto de interrogação, seja ele normal no final da dita cuja, seja de pernas para o ar no início.

Porque será então que nuestros hermanos os usam? Será que não entendem mesmo senão os usarem? Ou será que apenas os usam devido a questões estéticas que, obviamente por aquilo que já escrevi, me ultrapassam completamente?

Hombre…

segunda-feira, dezembro 29, 2003

Conduzir - Por um lado é bom. Conduzir respeitando as regrinhas todas sempre foi algo que me assustou um pouco, por pensar que não seria capaz, que iria largar uma nódoa qualquer em cima do melhor trapo. Ainda por cima quando é preciso ter sempre um olho nos tipos das bicicletas, os que gozam das maiores vantagens em termos rodoviários. São raras as situações em que não têm prioridade sobre os veículos motorizados.

Porém, confesso que havia perdido o hábito. Forçar a entrada nos cruzamentos, ser vítima de tipos que se enfiam à nossa frente e obrigam a travar à última da hora para evitar uma colisão, buzinadelas, manobras muito perigosas, ultrapassagens quando são proibidas. Enfim, a lista é interminável.

No entanto, tenho de a certeza de que me ambientarei, de novo, em excesso de velocidade.

domingo, dezembro 28, 2003

Natais diferentes - Esperava-o uma mole de gente. Os ânimos iam bastante acelerados perto do local onde o barco iria atracar. A organização havia deixado um corredor por onde passaria. Cabia ao dispositivo de segurança assegurar que não fosse violado. O homem barbudo mascarado, com uma bengala, um chapéu estranho na cabeça, foi recebido pela comunicação social, que lhe endereçou, de imediato, perguntas acerca de como tinha corrido a sua viagem.

Após a curta entrevista, foi a vez duma menina fazer as vezes de anfitriã e levá-lo a ver todos os agrupamentos de pessoas, desde escoteiros a desportistas, que o esperavam na praça central, no Vrijthof. Atrás do cordão de segurança, os espectadores faziam uma barulheira infernal enquanto assistiam ao desfile.

Depois de nos mostrarem a gravação deste evento de há dois anos, explicaram-nos mais qualquer coisa. Reza a história que este senhor foi uma vez um santo de crianças, originário da Turquia. Hoje em dia, chamam-lhe Sinterklaas e faz concorrência ao Pai Natal. Chega a uma cidade holandesa diferente todos os anos, vindo da Espanha de barco, e regressa no dia 6 de Dezembro, altura em que muitas famílias holandesas trocam prendas como na Consoada.

Os sortudos são aqueles que ainda trocam mais prendas porque comemoram o Natal.

sábado, dezembro 27, 2003

Liberdades - Recentemente mudaram de nome, aspecto, funcionalidade. Mas servem exactamente o mesmo fim. Longe de ser uma invenção dos tempos modernos, são objectos da mais elementar necessidade, sobre a qual assenta a sociedade tal como a conhecemos. E são, possivelmente, parte de uma das maiores convenções de que há memória. Notas e moedas…

Sempre que penso em dinheiro, penso em liberdade. Liberdade para poder ter, fazer, ir, ver, escutar. Liberdade para não precisar de esforçar, preocupar, lutar. É para isso que deve servir, como um meio para atingir um fim. Fim esse que, num nível básico está intimamente relacionado com a nossa subsistência e que, noutros patamares, trata-se de algo que nos é interessante. No limite, também temos direito aos nossos confortos, luxos e excessos.

Porém, há aqueles para os quais o cifrão é o fim em si. Destroem a posição de objecto intermédio e passam a basear a sua existência numa mera tentativa de acumular o máximo possível, numa espécie de concurso ou torneio. E é nestes casos que encontramos perante a situação inversa. Em vez de fornecer liberdade, o dinheiro encarrega-se de a sufocar.

Para quê tê-lo sem o gastar convenientemente? Ser o gajo mais rico lá do cemitério não parece servir de muito consolo.

sexta-feira, dezembro 26, 2003

Tardes natalícias - A falta de originalidade, aparentemente, não é característica lusa. Das poucas coisas que me apercebi da televisão holandesa, a qual muito poucas vezes visionei, foi a grande aposta para o dia de Natal. Qual não é o meu espanto ao ver que, à nossa semelhança e, possivelmente, à de muitas mais vítimas do mesmo fadário, o filme Música no Coração continua a dar cartas.

Não tenho nada contra ele. É um grande clássico da sétima arte. Tenho é contra o facto de o usarem como arma de arremesso, de precisão temporária inatacável, diria mesmo à prova de bala, nas tardes de 25 de Dezembro. E, pelos vistos, com contornos de conspiração à escala internacional.

A questão que me apoquenta é outra. Como será que os milhões de telespectadores, sentados na sua sala enfeitada, com uma árvore colorida a um dos cantos, ainda não se fartaram de toda esta previsibilidade?

No mínimo, já devem saber as falas de cor.

quinta-feira, dezembro 25, 2003

Tradições – Lembro-me quando era eu que ficava entusiasmado à brava por saber que o tipo barbudo, vestido de vermelho e de sacos às costas estava para chegar. De cinco em cinco minutos, perguntava que horas eram, na expectativa de que o tempo passasse mais depressa e a meia-noite chegasse finalmente, acaso mantivesse o meu interrogatório. Hoje em dia, ainda fico entusiasmado. Não com o Pai Natal, mas com as prendinhas…

Mentira. Ele ainda tem efeito sobre mim. E não é pouco. Basta ver o trabalho a que nos damos cá em casa para transmitir essa experiência para as mais recentes aquisições da família. Da mesma forma que houve quem passasse pela mesma trabalheira para me proporcionar o mesmo, também contribui para que, ontem, o Edgar e a Mariana tivessem o seu momento de fantasia. Para que desfrutassem destas tradições que vão tornar a infância deles mais colorida.

Até que a idade, inevitavelmente, abra caminho e lhes roube a inocência.

quarta-feira, dezembro 24, 2003

Lista – O tipo barbudo vestido de vermelho e de saco às costas, o trenó com as renas, a chaminé com as peúgas penduradas, a árvore com as bolas, fitas, estrelinhas, anjinhos, luzinhas, as coroas de flores nas portas, os endereços na parede, as filhós, as rabanadas, os sonhos, o bolo-rei, o bolo-rainha, as trancinhas, as azevias, o bacalhau cozido, o peru, as prendinhas, a famelga toda, a lareira acesa, o convívio.

Enfim, votos dum Felaz Natil para todos.

terça-feira, dezembro 23, 2003

Insólito #5 - Saudaaaaaadee, saudaaaaaaaaaaaaaade, saudaaaaaaaaaaaaaaaaaade deessse miinhaaa teeeerraa, Sããão Joãããão do Estoooriiiil...

domingo, dezembro 21, 2003

Insólito #4 - Maaasstriiiicht não tem maaais encaaaantoo, naaaa hoooraaa da deeespeeeddiiiiiiidaaa.

quinta-feira, dezembro 18, 2003

É característica dos últimos fins-de-semana acabar com chave d'ouro. Não querendo entrar em detalhes acerca da organização da agenda, gostaria de apelar à compreensão para a previsível falta de regularidade com que me dedicarei a actividades bloguísticas nos dias vindouros. O tempo não estica...

Até breve.

quarta-feira, dezembro 17, 2003

Interpretar - Umas das grandes maravilhas da leitura é apercebermo-nos de quem nem tudo precisa de fazer sentido, ter uma justificação latente, na génese das palavras. Nem sempre há um grande significado por detrás destes símbolos negros que sobressaem e nos atraem a atenção. Nem sempre trazem água no bico quando nos parece que têm qualquer coisa escondida debaixo da saia.

Já aqui falei acerca da dissecação de textos. Os poéticos são os que mais sofrem com isso. Tentar arranjar soluções para todos os problemas de interpretação que colocam pode ser uma tarefa exaustiva.

Não quero com isto dizer q não em situação alguma o acto de interpretar. Só acho é que, há momentos em que não é necessário, não faz sentido. E, consequentemente, que a ausência duma mensagem, seja ela explícita ou não, seja sinal de fraca qualidade.

A beleza pode existir só por si, não precisa de se justificar.

terça-feira, dezembro 16, 2003

Captura - Não consegui indiferente à fotografia que os media veicularam. O terrível tirano, de seu nome Saddam, Sa da parte da mãe, Ddam da parte do pai, foi finalmente capturado. O que me fez mais impressão foi a cara de abatido que o homem tem. Ainda me lembro dele naquela célebre fotografia em que disparava uma carabina que empunhava numa só mão, enquanto mantinha a sua cara de sério, mirando o horizonte longinquo de nariz ligeiramente empinado.

Agora aquela barba... e os olhos inchados, de quem andou nos copos e a acumular noites sem dormir. Faz lembrar épocas de exame bem carregadas ou noitadas para acabar relatórios. Mais estranho ainda: faz-me lembrar o outro homem do momento, que ainda anda a monte. E assim sempre seria uma boa forma de matar dois coelhos com uma só cajadada.

Osama Bin Hussein, Saddama, Saddam Bin Laden... enfim, o que mais há são hipóteses para nomes.

segunda-feira, dezembro 15, 2003

Primeiro estranha-se, depois entranha-se - Confesso que muitas vezes ainda tenho de recorrer aos velhinhos escudos como defesa. As comparações não suegem facilmente na minha cabeça, sobretudo para valores elevados. Mas aquela reticiência inicial de quem sente que um símbolo do seu país vai desaparecer para sempre já não me afecta.

A imagem das velhas notas e moedas quase desvaneceu por completo da minha memória. Restam as expressões como “paus” que, de tão entranhadas na fala do quotidiano, recusam-se terminantemente a abandonar a minha língua. E penso que já não seria capaz de lidar com a ausência das facilidades que a moeda única me tem presenteado.

Até gozo com os tipos que foram parar fora da Zona Euro.

domingo, dezembro 14, 2003

Escuridão - Não é só em países à beira mar plantados que acontecem situações do género. Nós, que víamos um filme num laptop, não nos apercebemos porque a máquina continuou a funcionar com a bateria que trazia carregada. Pensámos, no entanto, que as colunas tinham dado o berro. E só então nos começou a chegar aos ouvidos o barulho vindo do corredor.

Porquê no corredor? Porque aí se encontram as luzes de emergência que, por definição, acendem-se por estas alturas e não é suposto que se apaguem. E depois, é claro, que fazer numa altura destas? As falhas de luz tornam-nos completamente indefesos em relação a ataques fortuitos de tédio. Felizmente, o espírito puxa a animação e, passado pouco tempo o malfadado vilão que é o tédio foi subjugado. Para começar:

Tuuuuuuuuut, ttttuuuuuuuuuttt, this is a fire alarm, please leave your rooms immediately… Em alemão, espanhol, francês.... O alarme de incêndio, que havia disparado às duas horas, três da manhã duma noite ainda próxima...

Depois, a habitual proeza de auto-projecção nas cadeiras que têm rodas pelo corredor fora. Mais ainda, cantar os parabéns com um fósforo a fazer de vela, assim como imitar o genérico da Missão Impossível. Para finalizar, satisfazer o pedido duma donzela igualmente entediada e cantar um pouco ao sabor do som da guitarra.

No final, confesso até ter desejado que tivesse durado mais tempo.

sábado, dezembro 13, 2003

Descobertas - Conhecer pessoas de terras distantes e algo misteriosas ou exóticas abre-nos portas. Ficamos a saber pormenores sobre essas culturas que nunca nos tinham passado pela cabeça. Por exemplo, que palavras como centro em norueguês se escrevem com “s” com o intuito de diferenciar em relação à Dinamarca, que dominou a Noruega até esta obter a indepedência em 1905. Ou, que os búlgaros ainda digerem com dificuldade os quinhentos anos de domínio do Império Otomano e as atrocidades cometidas, como as gerações de rapazes que foram retirados das suas famílias para mais tarde lutarem contra elas sob a bandeira turca.

No entanto, o aspecto que mais parece mais interessante, é o facto de que estes recentes conhecimentos dão origem a projectos de viagens futuras que soam altamente ambiciosas e motivadoras. Abri um mapa. Olhei para países, capitais, cidades. Iniciei um programa de computador que indica um traçado rodoviário europeu à nossa escolha. Analisei percursos, quilómetros, tempo de viagem, custo.

Por isso digo que um Erasmus é um trampolim. É uma importante descoberta de grande duração que promete abrir caminho para mais. É como se tirasse o nó que impede um novelo de se desfazer e permitisse que, lentamente, o fossemos reduzindo e espalhando a lã, curiosos como os gatos que brincam com o fio que os encanta.

A receita é simples. Basta dar-lhe seguimento.

sexta-feira, dezembro 12, 2003

O desamor - São coisas que acontecem. Banais como o mundo. Como um forte amor, uma paixão ardente que, de início, tudo leva a querer inabalável, inquebrável. Como dois pólos de cargas opostas que infinitamente se atraem, caminham um em direcção ao outro. E, mesmo que um qualquer obstáculo os impeça de se juntar, nunca desistem, nunca baixam os braços.

Porém, o tempo tudo opera. Dêem-lhe a oportunidade para tal, tenham a paciência para esperar e ele, acaso lhe apraza, transformará a terra em mar, o fogo em água, o verão em inverno. Funciona por caminhos ao Homem desconhecidos, torna o impossível em possível.

Assim se explica que possamos atingir estados por nós nunca antes imaginados, que possamos transformar-nos tanto até posições diametralmente opostas, nos antípodas daquilo que éramos e que julgámos para sempre ser.

Só me resta esperar que as nacionais Sagres e Super Bock me reabilitem.

quinta-feira, dezembro 11, 2003

Televisores - Quando era novo, lembro-me de ficar maravilhado com os cinescópios Black Trinitron que a Sony anunciava em horário nobre no velho televisor lá de casa. Era pequenito, não tinha controlo remoto. Uma autêntica relíquia quando comparado com aqueles colossos negros, capturados em vários ângulos enquanto o símbolo de marca registada do referido apetrecho aparecia debaixo.

O que é feito do Black Trinitron agora? Fará algum sentido sequer perder tempo de antena a publicitá-lo? Será que ainda existe, sequer? Estas coisas evoluem tanto e tão depressa que inovações com alguns anos se tornam estupidamente obsoletas e ridículas.

Das que me parecem moderadamente recentes e que mais gosto, são os televisores com ecrans maiores. A superfície é, normalmente, plana, gigantesca. Têm um formato esbelto e atraente. E as proporções são diferentes. Embora a moda dos filmes difundidos especificamente para tal formato não tenha pegado, o doze por nove é interessante quando comparado com o antigo dezasseis por nove. É que, pura e simplesmente, vê-se melhor.

Por isso se diz de uma pessoa com uma certa visão esclarecida, clara, lúcida que está a ver em doze por nove. De repente, tudo lhe parece mais alegre e divertido, a vida sorri-lhe duma forma que ele nunca viu e toda a gente é sua amiga. Ganha asas e voa, nada pode correr mal, não há obstáculos intransponíveis, só há sorrisos. O futuro afigura-se risonho, reservando tudo do melhor.

O Pal Plus é, no fundo, uma espécie de vidência.

quarta-feira, dezembro 10, 2003

Atraso - O rosto transmitia algum cansaço. Mas daquele tipo que parece desvanecer assim que um curto sorriso é esboçado. Foi assim que o cumprimentou. Vinha atrasado e pediu-lhe desculpa novamente. A primeira vez foi quando lhe ligou, cinco dez minutos antes de chegar e exactamente à hora combinada, possivelmente com medo que se tivesse esquecido. Vinha a passo acelerado rua abaixo e quase nem se apercebeu que o telefone tocava insistentemente porque levava o Minidisc consigo.

Porque chegou ele atrasado? Terá pretendido transmitir uma ideia de pouca importância, de indiferença? O que é certo é que sentiu desde logo um certo peso e agravo no ambiente. Um pouco silencioso demais. Talvez fosse a justificação para a falta de concentração que reparou em seguida.

Das duas uma, quando sentimos algum incómodo do lado de lá: ou ficamos igualmente pouco à-vontade; ou sentimo-nos numa posição sobranceira e lentamente vamos adquirindo uma confiança que se alimenta no desconforto alheio. Quando se apercebeu que estava a cair na segunda hipótese, batalhou para a contrariar.

Aparentemente, já não foi a tempo.

terça-feira, dezembro 09, 2003

Política - São aquelas frases normais que ouvimos em época de campanha eleitoral, na proximidade de eleições, sejam elas legislativas, presidenciais ou autárquicas. Slogans, frases que fomentam a acção, de intervenção.

No fundo, todos prometem tornar o nosso país melhor. É a razão máxima, suprema. Convenhamos que, na sua ausência, nada faria sentido, é para isso que a política serve. Ou deveria servir.

Mas como dizem que todos nós somos políticos, independentemente de pertencermos ou não àquele grupo de pessoas que afirma não gostar e não se interessar por política, temos de dar espaço e liberdade para as nossas opiniões fluírem.

Assim o fez o Luís. E, de acordo com o conjunto de cores que mais perto do seu coração transporta, resolveu presentear-nos com o seu melhor mote de combate ideológico, sob a forma de um brinde. Reza assim: vamos lutar por um Portugal melhor, por um Portugal... benfiquista!

E é ouvir os copos a bater uns nos outros.

segunda-feira, dezembro 08, 2003

Land - It’s only normal to see it coming, ruthless, harsh, like a cliff that tirelessly resists to the waves’ fury. On one hand, it’s a good sign. It means that the moments spent here were good. Otherwise, the coming end wouldn’t be so difficult to bear. Just like not being jealous is a sign of the absence of love.

There is not much one can do about this early nostalgia. No miraculous cure, no antidote that can completely destroy the poison our brain produces each time it decides to work more than it’s supposed to.

Fortunately, it’s not a deadly one. Nevertheless, even though it won’t kill, it hurts. And therefore, it seems to me that the only possible step to take is to assure that the last days are intense so that at least we can avoid feeling another thing, probably even worse:

Regret

sábado, dezembro 06, 2003

Short&Sweet #6 - Porque é que naquelas histórias épicas os maus da fita têm sempre de ser feios como tudo? Porque não podemos ter para variar um tipo honesto e bem intencionado, um herói feio, feito numa noite de tempestade, e um vilão, um tipo mau como as cobras mas incrivelmente bonito, bem apessoado e jeitoso?

quinta-feira, dezembro 04, 2003

O nosso ensino - Fiquei espantado. Mas ainda bem que assim o foi. Serviu para aprender. E pode ser que sirva para algo mais. Como, por exemplo, para transmitir.

Ora, eu sei que há determinados cursos de gestão que não aprofundam conceitos matemáticos como economistas. O porquê não está minimamente em causa, nem é para aqui chamado, fica para cada qual determinar ao sabor da sua opinião. Mas ele há com cada uma...

Somos uns quatro ou cinco holandeses, uma peruana, dois alemães, um francês, dois noruegueses e, finalmente, dois marmelos da equipa das quinas, eu e o Nuno. Acho que posso afirmar que se trata duma turma com alguma representatividade e diversidade. O problema que surgiu em agenda para discussão era, para nós, e este nós é, simultaneamente, os lusos e os economistas, à excepção da peruana e do tutor, relativamente fácil. Recordar é bom; deparar com dificuldades de maior a resolver seria mau sinal. Ou pior que isso.

Contudo, não esperava as dificuldades com que os outros se depararam. Um simples problema que aprendemos nos anos iniciais do nosso curso. Com recurso elementar a matemática. Realmente, não dominando aquele tipo de raciocínio matemático, é bastante mais complicado perceber seja o que for. Tive de ir chatear os nossos colegas de gestão, com carimbo de qualidade da Nova. Penso que qualquer um deles também resolveria aquilo se lhe aparecesse à frente.

Seremos nós uns tipos craques, cromos da bola? Assim muito espertinhos que apanhem as coisas melhor que os outros? Não me parece que o talento esteja tão pouco uniformemente distribuído pelos países referidos. O que é o mesmo que dizer que não me parece que o nosso sistema de ensino seja tão inferior como o querem pintar.

Ou seja, somos óptimos a desacreditar aquilo que precisa de ser acreditado apenas porque passamos a vida a desacreditá-lo.

quarta-feira, dezembro 03, 2003

O problema
Peguemos numa situação comum do dia-a-dia. Imaginem que estamos no contexto duma relação amorosa
Primeiros risos
Agora, como também acontece muitas vezes, imaginem que há uma pessoa que vai terminar essa relação, acabar com a outra pessoa
Mais risos
E essa pessoa são vocês
Vocês sabem, instintivamente, que devem adequar a vossa linguagem à situação, não podem (ou não devem...) pura e simplesmente abordar a outra pessoa e dizer adeus, foi um prazer, até à próxima
Pausa e mais algumas risadas
Imaginem-se a treinar em frente ao espelho aquilo que vão dizer. Qual a primeira ideia que vos ocorre como justificação para a vossa decisão de terminar a relação?
Silêncio curto
Alguém levantou o braço para falar
Diga
O problema não és tu, o problema sou eu

Gargalhada geral, incluindo do monitor do módulo de comunicação oral.

segunda-feira, dezembro 01, 2003

Louvre - Fácil dizer que o Louvre é um museu impressionante. Porque o é efectivamente. Tem uma colecção permanente vastíssima. E a moderna e bem concebida entrada, com a tão criticada pirâmide dá-lhe um mistura entre antigo e contemporâneo interessante.

No entanto, não consigo deixar de sentir injusto o facto de que encerra tanta coisa que não pertence ao país do galo. Os corredores dizem, por exemplo, pintura renascentista italiana, escultura grega, arte egípcia. Tudo objectos que fazem parte dum conjunto de coisas que definem a cultura de determinados países, nacionalidades, etnias, seja o que for. Mas não fazem parte da gaulesa.

Lá porque o Napoleão meteu as mãos a uma série de obras de arte sem preço, não quer dizer que sejam efectivamente do povo dele.