terça-feira, setembro 30, 2003


Visões - Eles são estúpidos e grosseiros, dizem coisas da boca para fora e fervem em pouca água, não têm sensibilidade nenhuma e são completamente incapazes de perceber quando deviam ser mais atenciosos, quando ter uma conversa mais séria, bem como que o rolo de papel higiénico é para substituir quando acaba e o tampo da sanita para baixar depois de usado.

Elas são umas melgas que vêem problemas e motivos para conversas super importantes em pormenores da treta que não interessam nem ao Menino Jesus, nunca deixam um gajo ver a bola sem interrupções desnessárias e são completamente incapazes de perceber que há momentos em que, pura e simplesmente, não apetece falar e que dá muito mais jeito ter o rolo de papel à solta e o tampo sempre levantado.

A verdade...?



segunda-feira, setembro 29, 2003


Queixinhas - Ai, filho, qu`isto agora anda tão mau... É uma desgraça... Não vês as fábricas na televisão a fechar? Não vês as pessoas que são despedidas? O desemprego a aumentar a cada dia que passa? Jovens da tua idade que acabam o curso e não conseguem arranjar emprego, a não ser tirar fotocópias ou como caixa num supermercado?E os desgraçados que ganham um salário mínimo? É uma miséria. Se quiserem ter filhos vão passar a vida a contar os tostões.

Isto anda mau...!?! Comparado com quê, se nunca vi niguém dizer que alguma vez esteve bem? Por vezes, este queixismo tipicamente português irrita-me. É fado, é destino, é o fatalismo. É um negativismo contagioso que mina o progresso. Não é construtivo, é puramente destrutivo, quase como se nascesse duma frustação tão grande, fruto dum facto negativo consumado, e que só se contente em deitar abaixo.

Aceito que agora se diga que não estamos propriamente na mó de cima, da mesma forma que aceito que digam que temos uma série interminável de problemas económicos e sociais estruturais, momentaneamente agravados por outros temporários relacionados, em grande parte, pela conjuntura económica mundial. Mas algum dia, forçosamente, alguma coisa tem de melhorar. Nem que seja só na parte conjuntural, uma vez que continua a parecer que o estrutural fica sempre para resolver depois.

Conclusão: Aprendam a criticar. Primeiro começa-se por dizer os pontos positivos, e só depois se parte para o que necessita ser melhorado (atenção: reparar que não disse pontos negativos). É muito melhor e facilita tanto... E não é nada difícil de o fazer.

Eu sei que é muito nosso, mas só dizer mal é tão feio e, sobretudo, tão cobarde...



domingo, setembro 28, 2003


Brasucas - O fenómeno já é conhecido. Estabelece-se, normalmente, do antigo país colonizado para o antigo colonizador. Os argentinos também acham que os espanhóis ficam a dever um bom bocado à inteligência. Sinceramente, não me importo com a sua existência. Mas, mesmo assim, penso que é preciso ter cuidado com as piadas que se dizem, porque há umas que se prestam mais a retaliação que outras.

Um destes dias estava Jô Soares entretido a fazer a audiência do seu programa rir, explicando-lhe que os portugueses chamam “rato” ao aparelhinho que faz o cursor mover no monitor do computador. Os brasileiros, ao que parece, resolveram manter a denominação anglo-saxónica.

Não vai sem resposta. Basta pensar num caso em que o contrário acontece. Porque nós mantivemos “open” para designar torneios de ténis ou de golfe. Os brasileiros dizem “aberto”. Por exemplo:

Aberto dos Estados Unidos. Nem quero pensar no que seja.



sexta-feira, setembro 26, 2003


Segunda Oportunidade - Não que tivesse partido reticente, com algum medo de repetir uma má experiência. Até porque, sejamos realistas, pior não me podia acontecer. Vai daí, foi com grande expectativa que disse que sim senhor, apanharia um comboio bem cedinho no sábado e só regressaria à base no domingo.A viagem faz-se bem, aqui as coisas são todas perto umas das outras.

Ver grandes edifícios não pode ser o objectivo primário duma deslocação a Bruges. Tirando a catedral com os seus perto de quatrocentos degraus (vale a pena subi-los porque a vista é bem bonita) não há mais nenhum que se candidate destacadamente à categoria de impressionante. Há, no entanto, um clima de pistoresco, de engraçadote por cada esquina que se passa, por cada canal que se cruza numa ponte de pequenos tijolos alaranjados. As janelas que dão para a água dos canais, onde os barcos apinhados de malta de máquina fotográfica em riste se cruzam, as esplanadas nas praças amplas, a música e os pequenos espectáculos que se vêem organizar dum momento para o outro, tudo isso dá cor e vida à cidade.

Praticamente o mesmo se puderia dizer de Antuérpia, excepto que aqui os edifícios já assumem um carácter mais destacado, o clima não é tão pitoresco e os arredores da cidade não interessam a ninguém. Nestoutra cidade, temos uma das catedrais maiores e mais, outra vez, impressionantes, que se podem visitar. Para além disso, a praça central, onde se encontra a famosa estátua que jorra água por todos os lados, e que tem como fundo a câmara municipal, totalmente enfeitada de bandeiras das mais variadas nações.

A páginas tantas pesou-me a consciência e resolvi dirigir-me de mansinho, como convém, a essa entidade estranha e misteriosa que é a Bélgica. E disse-lhe qualquer coisa do género desculpas-me ter dito mal de ti por causa de Liège? E ela, do alto da sua infinita bondade e sabedoria, sorriu ligeiramente, piscou-me o olho e disse carinhosamente:

Mas se nunca estivemos de costas voltadas...



quinta-feira, setembro 25, 2003


Haja esperança - Tudo começou com um aparentemente inocente texto numa solarenga manhã de domingo, em pleno verão. Apesar de o prazer de escrever aquelas linhas ter sido incrivelmente intenso, ainda estava demasiado no início para sentir o efeito em toda a sua potência. De tal forma que aguentei perfeitamente bem até ao dia seguinte, altura em que me sentei a escrever o segundo. E depois do segundo, veio o terceiro. E o quarto. Quinto. E, quando parei um pouco para olhar para mim, dei conta que já não conseguia parar, os meus dedos estavam literalemente em total fusão com o teclado, formavam a mesma entidade física, tal qual gémeos siameses.

E foi aí que os meus problemas começaram. O prazer transformou-se progressivamente em obsessão, passava os dias a pensar em palavras, frases, ideias, cheguei a ter um pequeno caderninho que andava sempre comigo para todo o lado e onde podia anotar o que me passava pela cabeça antes que me esquecesse. As noites passaram a ser invadidas por pensamentos soltos que, invariavelmente, me atiravam da cama para o sítio mais próximo onde houvesse uma folha de papel; não dormia a pensar no que ia escrever no dia seguinte.

É triste, senhoras e senhores, mas fui uma vítima da blogodependência. Felizmente já ultrapassei a fase da negação e, olhando para trás, sou capaz de ver o quanto errei, o mal que inflingi aos meus dedos e ao meu corpo, os problemas familiares, as amizades destruídas, os rios de dinheiro e tempo investidos.

Porém, há, por obra e graça do espírito santo, quem me ajude a resolver este grave problema. Por isso o divulgo aqui hoje. Para lançar um apelo. Se algum de vós, caros blogoespectadores, se sentir a entrar nesta espiral de evolução destrutiva, fique sabendo que há uma saída viável que lhe pode devolver a sua antiga vida. Tudo o que é preciso é não perder a esperança.

A minha vontade de lançar aqui este apelo prende-se com a crescente incidência deste fenómeno sobre a população estudantil. Pegue-se, por exemplo, no caso destes dois jovens que completam o seu Erasmus em Maastricht, e que, recentemente, se viram envolvidos nas malhas do bloguismo: o Gonçalo com o seu Tubaralho e o Luís com o Discurso Descontínuo. Há poucos dias tiveram o seu primeiro contacto com este flagelo e, desde então, nunca mais foram os mesmos, tal não é a intensidade com que se enredam nas malhas desta dependência.

Resta dar o meu apoio incondicional.



quarta-feira, setembro 24, 2003


Hoje, uma coisa diferente, um brinquedo e um chocolate. Há dias, quando fizémos uma jantarada portuga para a malta do ESN, lá para o final quando estávamos a ver a fotografias e a tentar digerir as toneladas de comida nos respectivos estômagos, os tipos pediram ao grupo lusitano que escrevesse um artigo que sairia numa revista qualquer. Na altura, confesso que não percebi nada de que revista se tratava e a que propósito era. Claro que dissémos que sim e foi a mim que foi passada a batata quente de meter mãos ao trabalho porque escrevo blogues e mais não sei quê.

O texto é o que se segue, peço desculpa por não ser na língua do Poeta mas estes marmelos aqui só dominam inglês. Mas o mais importante é que, fiquei depois a saber porque indaguei, só foi solicitado um texto ao nosso grupo... mais nenhum Erasmus vai aparecer em qualquer um dos 400 exemplares da revista “The Babble”, criada pelo ESN, e a ser distribuída na Guesthouse só para os alunos Erasmus. E o texto vai ser acompanhado de fotografias, escolhidas por eles dentre a nossa selecção.

Os Tugas dominam mesmo isto....



ESN`s introduction week – the Portuguese view

“Just make sure you don`t say anything bad about us”, they said in between smiles (or should I say asked…) as they wrapped up the conversation about writing a text. Luckily for me, they did not force me to swear I wouldn`t.
At a glance, I liked the idea of writing something for a magazine. But then my problems began. Where to start off? What to say? Whom to mention? Which stories to tell? All of a sudden, I felt panicky. The responsibility hit me like a freight train. I started having nightmares. And then, when I thought I would not be able to execute this task, the idea of simply posing a question just occurred to me.
What did I get from the introduction week?
Such a broad question deserves a big answer. Let us see if I can cope with that.
First of all, practical issues about what our lives are going to be in the next few months, at least, if you will only stay in Maastricht until December, like myself. Getting to know where the faculty and the library are, getting to know a little more about the city and the places to hang out, listening to Dennis` version of Pica`s story. All that and other useful tips.
Then there is the travelling side. I know that it is a more cultural and intellectual side, not so exciting as other activities, but, nevertheless, it was interesting to go to Utrecht, to Valkenburg and to the Caves.
Finally, last but not the least, the parties… Beer downing competitions (the portuguese team is still waiting for a resit…), the Pub Crawl, the Final Party. And, of course, even though it is not actually a part of the introduction week, the international drink at the Twee Heeren every Tuesday night. Dancing, drinking, having fun.
The bottom line is that this week was great fun, very amusing and, above all, it did a pretty good in getting us acquainted to places and to other fellow Erasmus. And this, I guess, was its main purpose, achieved in perfection.
That`s why we, the portuguese, think ESN shouldn`t stand for “Erasmus Student Network”. And why is that, you may ask, looking puzzled and thinking that we must be mad. For what it accomplishes, great atmosphere, lots of fun, it really should… wait, should is not the word… it really is “Erasmus (is) Sooooooo Nice”. Because that`s what ESN helps to create for us. With a lot of effort and quite a few sleepless nights, of course.

Muito obrigado por tudo.

P.S. – See, you didn`t have to ask me not to say bad things about you guys. That would be lying. And lying, as all portuguese mothers teach their sons, is the opposite from Erasmus… it`s not nice…



Daniel Carvalho, on behalf of the eight other Erasmus students from Portugal (Ana Figueiredo, Filipa Gallis, Gonçalo Marques, João Gravito, Luís Domingues, Miguel Vasconcelos, Nuno Martins, Sandra Loureiro)



terça-feira, setembro 23, 2003


Maastricht, o primeiro mês – É verdade, isto assim contado até parece mentira, uma valente peta, uma treta do tamanho da Ponte 25 de Abril. Antes fosse, porque assim dá-me a impressão que passa tudo depressa demais. Tenho a sensação que foi ainda ontem que aqui cheguei, naquele misto de curiosidade por partir à descoberta e algum receio de qualquer coisa que pudesse eventualmente correr menos bem.

O que sobra agora? Os medos foram-se, literalmente, nos primeiros instantes. As sensações recorrentes deste momento são mais viradas para a grande satisfação por me ter decidido a fazer algo que, numa primeira fase, não me pareceu luzir muito, e que numa segunda fase pensei que já fosse tarde demais dado o meu estado deveras avançado na progressão do curso.

Se bem que a verdade é que não sobra muito tempo para pensar neste tipo de coisas, ou sequer para me lembrar que sensações estarei a ter. O tempo é escasso por estas bandas, há sempre qualquer coisa para fazer e aproveitar ao máximo é o lema supremo de quem por aqui anda. E se o tempo dá ares de quem passa a velocidade supersónica, então depreendo que está a ser muito bem passado.

Porquê? Explicarei quando resolver falar sobre o tempo.



segunda-feira, setembro 22, 2003


Escolinha – Éramos pequeninos, umas inocentes mentes abertas e extremamente receptivas a tudo o que se nos dizia. Até aqui, nada de forçosamente mau. Devido a esta superior capacidade de absorção se diz que é benéfico começar por ensinar línguas estrangeiras e a tabuada a crianças de tenra idade. Burro velho não aprende línguas...

Reverso da medalha: não se questiona nada. E as coisas ficam tão enraizadas tal forma é difícil pôr em xeque aquilo que nos disse a professora da primária em determinada altura. Muito mais difícil do que se for algo saído do professor catedrático e jubilado no âmbito do curso superior.

E depois há revelações... Quem disse que a palavra “saudade” era, unica e exclusivamente, uma invenção portuguesa? Sei que em inglês não há, em francês também não. No entanto, uma breve incursão num dicionário de alemão, na entrada “sehnsucht”, para ser mais específico, deita por terra as aspirações de exclusividade.

Será que como esta há mais? Será que alguma vez nos vamos aperceber até que ponto nos foi transmitida uma ideia completamente estapafúrdia, que se alojou há tanto tempo na nossa cabeça, a tal ponto que só a podemos retirar à pancada?

Deve ser por isso que não gostamos muito de espanhóis. Porque nos ensinam desde pequeninos.



Antes de mais, um curto pedido de desculpas por me ter esquecido de avisar que não iria estar por "casa" este fim-de-semana e, como tal, iria suspender a minha actividade blogueira. Mas penso que o motivo é suficientemente bom, fala por si próprio. Voltei à Bélgica, desta feita a Bruges e Antuérpia. Noutra altura, delas falarei.

sexta-feira, setembro 19, 2003


Gastronomia - Há, de certeza absoluta, não aceito qualquer tentativa de refutação, uma costela de masoquista em todos nós portugueses que aqui em Maastricht nos encontramos. Peço imensa desculpa se ofendo alguns de vós que, eventualmente, resolvam matar um bocado de tempo nalgum curto intervalo entre dois capítulos dum livro secante ou de alguma indisposição depois duma noita mais comprida.

Mas pensem bem nisto... Por quantas vezes já deram por vocês, e eu é claro que também estou metido ao barulho, a falar daquelas comezainas em que só se pode meter o dente se estivermos em terras lusitanas? Ele foi bacalhau com natas, ele foi feijoada, dobrada, ele foi petiscadas como caracóis e moelas, ele foi doces como os pastéis de feijão, de Belém, de Tentugal, as queijadinhas de Sintra. Até as supostamente simples coisas como uma boa bica ou cimbalino (não vá ofender susceptibilidades) vieram à baila.

É que torna-se complicado lidar com este distanciamento gastronómico. Ainda para mais quando vimos para a um país onde se janta às 18h e umas simples sandochas (às vezes, mal amanhadas...) passam por refeição. Não há barriga que aguente.

Resultado: estou aqui a escrever isto e tenho medo de apanhar um choque com a saliva que escorre para as teclas do computadeiro.



quinta-feira, setembro 18, 2003


Línguas - Que eu saiba, a única língua que faz a mesma diferença, tal qual nós fazemos, é o espanhol. O italiano não sei, não tenho certeza. Por isso deve ser difícil de entender para um estrangeiro. É que se alguém me disser que eu estou doente, é completamente diferente de dizer que eu sou doente.

Óbvio que isto pode dar azo a situações caricatas. Como a de um pai alemão dum colega meu que tinha dias que chegava a casa e dizia “hoje sou cansado”, no parque de estacionamento “não sei onde é o carro”, e acerca da sua actividade profissional “estou professor”.

E fazê-lo perceber?



quarta-feira, setembro 17, 2003


Inspiração - Felizmente, ainda não cheguei ao ponto de sentir verdadeiramente na pele, na sua força máxima, que calculo seja asfixiante, o bloqueio do criador. Das poucas vezes que me aconteceu, foram sempre situações bastante passageiras e que se resolveram com relativa facilidade. Nunca nada de terrivelmente assustador.

Fiquei a pensar nisso. Porque, em tempos idos, lá dizia o Johann Sebastian Bach (espero não me ter enganado a escrever o nome da criatura), João Sebastião Ribeiro para os amigos, que a inspiração apenas contribuia com uns meros 10% para aquilo que compunha. Os restantes 90%, dizia ele, vinham da transpiração. E o tipo compôs que foi um disparate. Há quem jure a pés juntos que o tipo até o fazia na casa-de-banho. Há quem se interrogue onde ele foi arranjar tempo para também ter uma série de filhos. Portanto, não se trata propriamente dum leigo a mandar umas postas de pescada.

É muito pouco romântico concordar com esta visão. É bem mais simpático pensar que compôr, escrever, seja o que for, é muito mais o resultado duma qualquer influência explosiva, de origem desconhecida, que invade o criador e lhe dá a força necessária para levar a cabo a tarefa.

Resultado: estou dividido. Reconheço, ou melhor, tenho de reconhecer que há trabalho, organização, esquematização, treino, alguma disciplina envolvida com obter resultados satisfatórios na escrita. Porém, a vontade de acreditar na inspiração é tão grande que não a posso excluir.

Agora, não me peçam é para avançar percentagens como o outro.



terça-feira, setembro 16, 2003


Águas de Março - Nunca consegui perceber muito bem aquela malta que diz conseguir distinguir com facilidade o sabor de diferentes marcas de água mineral. Aahh, a minha preferida é a Vitalis, de longe...! A mim, quem me tira a Luso, tira-me tudo! A do Fastio é mesmo má, mesmo rasca, não sei como há pessoas que conseguem beber aquilo.

Quer dizer, eu acho que consigo distinguir água mineral engarrafada de água da torneira. Se bem que nunca tentei fazer essa experiência... Agora entre as engarrafadas. É que sabe-me tudo igual. Sabe a água. Que é uma coisa que dá muito jeito quando se tem sede. No entanto, não se bebe propriamente para saborear.

Ainda se se vangloriassem de fazer a distinção entre coisas realmente importantes, que dão realmente prazer, a saber, entre um vinho do Douro e um do Alentejo, entre uma Sagres e uma Super Bock, no meu caso, entre uma Heineken e uma Amstel. Acaso alguém alguma vez convida outrem para ir aos copos de água? Mas quem se preocupa com o raio da água...?

Sim, claro, tirando pastilhados, obviamente...



segunda-feira, setembro 15, 2003


Insólito #2 - Era uma embalagem rectangular, comprada no nosso amigo Albert Heijn. Lá dentro vinham oito espécimes, sorridentes, a convidar-nos, comuns mortais, a ceder ao prazer da comida, ao pecado da gula, deixando para trás todo e qualquer preconceito ou recriminação em relação à saúde e aos níveis de colesterol. Estavam prontinhos a saltar, os ditos espécimes, para dentro da frigideira, sem adicionar muita gordura, por sinal, porque, de si, já largam bastante. Depois, um arrozinho branquinho com manteiga e uma saladinha a acompanhar. Qual alho francês qual quê...

Epá, que rico salsichame...



domingo, setembro 14, 2003


Short&Sweet #5 - O país é organizado, as pessoas civilizadas e educadas, o nível de vida elevado. Mas estes gajos jantam quando deviam lanchar e chamam jantar a uma reles sandocha, que era suposto ser aquilo que deviam lanchar.

E depois eu é que venho dum país de bárbaros...



sábado, setembro 13, 2003


Música, outra vez - regressando às minhas controversas comparações da música com as outras artes, resolvi puxar ainda um pouco mais a brasa à minha sardinha em detrimento da sétima arte. Será que esta última também tem a capacidade de produzir o mesmo efeito enebriante que a música sobre nós, os maravilhados contempladores?

Talvez tenha. Porém, recorre muito à música para a obter. Já se imaginaram a ver um filme sem banda-sonora, sem efeitos sonoros? Eu tenho um trauma (confesso frontalmente, já tenho recebido ajuda técnica para o resolver) com filmes de terror. Salto, esperneio, grito, acho que chego mesmo a emagrecer. A tal ponto que deixei de ver porque ficava cansado e a desejar que, pura e simplesmente, acabassem antes de me dar a pataleca na sala de cinema.
Agora pensem no mesmo filme de terror mas sem som.

Eu espero...

Já está?

Mais um bocado...

Ainda não...?!?

Pronto, já chega.
Ora, mesmo que fosse o filme mais petrificante alguma vez concebido pela mente mais distorcida e macabra à face da terra, duvido que tivesse sequer metade do impacto caso o som resolvesse fazer greve. Se calhar, nessas condições, até mesmo eu era capaz de o ver e sobreviver.

Música, música, música, música....



sexta-feira, setembro 12, 2003


A Guesthouse Maastricht - é uma residência de estudantes criada a partir dum antigo hospital. Pelo que me disseram, é actualmente propriedade duma empresa japonesa que aluga as instalações às entidades da faculdade que a gerem. Penso que a capacidade máxima ronda os 500, 600 alunos.

Onde estou, na zona principal, há três edifícios. O P, onde estou com mais dois portugueses, tem os quartos equipados com cozinha própria e televisor. Depois, há o C, o maior, que tem cozinhas comuns e onde estão mais quatro da trupe das quinas. O oitavo elemento (não por ordem de importância, claro está, apenas porque me dá mais jeito descrever assim..) está alojado no Arc Building, mais antigo, sem possibilidade de acesso à Internet, mas com uma vista soberba se, como este patrício em questão, tivermos a sorte de calhar num dos andares cimeiros. Finalmente, há outras instalações noutros sítios da cidade. Aconteceu ao último lusitano desta descrição ficar alojado numa das referidas instalações. É chato porque está realmente deslocado de nós. Não é, no entanto, razão para ficar com muita pena do rapaz porque parece que por aqueles lados há sobretudo estudantes de medicina e enfermaria, o que equivale a dizer que as instalações estão repletas de senhoras...

Agora, porque é que isto de descrever a Guesthouse é realmente importante? Porque a piada de fazer um Erasmus em Maastricht reside neste preciso e, simultaneamente, precioso aspecto. Enquanto noutros sítios podemos calhar em apartamentos ou em residências pequenas e a maior parte da malta está separada, aqui estamos todos ao magote. E, escusado será dizer, não fosse por esta circunstância e seria decerto uma grandessíssima pasmaceira. Porque a cidade não tem assim tanto para ver ou para fazer, é relativamente pequena.

O que acontece então? Seguem-se alguns exemplos. Num dos primeiros dias, ia eu a entrar no meu corredor quando deparei com os meus companheiros todos num ameno jantar, com as mesas a bloquear a passagem... acabei a jantar com eles. Na primeira noite, cheguei ao corredor e vinha uma tipa a sair da casa de banho sentada numa cadeira com rodas, daquelas para trabalhar à secretária; disse-me que era embaraçoso mas que tinha caído dum cavalo e eu, claro está, levei-a em segurança até ao respectivo quarto. Na generalidade, a malta organiza jantaradas e festas quando lhes dá na veneta. Não deve passar muito tempo sem que em algum piso alguma festança não esteja a decorrer. Já fomos jantar ao Arc, ao C, já fizemos jantarada aqui no P, temos outras planeadas.

E pronto, resta só acrescentar que às terças é a noite dos estudantes Erasmus num bar chamado Twee Heeren, o que à letra significa Dois Senhores, o bar de eleição dos tipos do ESN, dos quais já falei em blogues anteriores. Para além disso, há muitíssimos mais bares que fazem noites especiais com determinadas ofertas. Há sempre animação.

Vida dura, dizem vocês...



quinta-feira, setembro 11, 2003


Burro velho não aprende línguas - E ensinar os paizinhos a trabalhar com este bicho de sete cabeças que se chama computadeiro? Pois é... Pode ser muito complicado. E aqueles de vós que já se tenham visto embrenhados em tamanha hercúlea tarefa devem saber muito bem do que falo.

É que estoutra geração mais velha foi educada através da leitura duma cartilha cujo principal mandamento em questão de maquinetas é o que a seguir se expõe e que deverá ser entoado com um ligeiro sotaque à moda de Viseu (vulgo, sotaque Carlos Carvalhas) de modo a imitar um padre de idade avançada do centro do país: “Se não sabeis lidar com o aparelhómetro, não lhe deveis tocar em nenhuma situação sob pena da maquineta dar o treco; deveis, antes, em todas as situações, malhar nas orelhas dos mais novos para que vos assistam nessas tarefas que esses, sim, têm o dedo esticado para mexer nessas coisas”.

Estas coisas limitam completamente as já de si parcas potencialidades que estes indivíduos possuem. Enquanto que nós, geração erroneamente apelidada de rasca, para além de nascermos rodeados de teclados, ratos e monitores, temos esse espírito aventureiro de experimentar para aprender a fazer. Ninguém conhece todas as aplicações dum qualquer software, nem pode estar a par de todas as novas características e potencialidades que surgem ao longo do tempo. Pode sim é meter os dedos ao trabalho e tratar de perceber como funciona, sem medos infundados de provocar um colapso à máquina.

Ouviste, mãe?




quarta-feira, setembro 10, 2003


O paradoxo holandês – No final do dia de apresentação organizado pela faculdade cá do sítio, assistimos a uma pequena palestra com um tipo que me disseram ser um dos professores mais badalados de cá. Vinha falar sobre a cultura holandesa. Começou por nos fazer perguntas.Onde estão? As respostas óbvias: na Holanda, em Maastricht, num anfiteatro. A partir daí discorreu sobre a história da cidade, enquadrou-a na do país.

A páginas tantas, perguntas sobre coisas que caracterizavam a Holanda: a baixa altitude, as bicicletas, etc. Vá, vá lá, digam-me agora as coisas que gostam ou não gostam da Holanda: os copos de cerveja são pequenos, o tempo é deprimente, as lojas fecham cedo...Até que finalmente, quando ele já dizia que nós nunca mais chegávamos ao cerne da questão, alguem mencionou o liberalismo. Ao que o professor pediu para concretizar. Com umas quantas piaditas pelo meios, surgiram a prostituição, os filmes porno, as drogas leves, a eutanásia. É verdade, nesse aspecto são mesmo liberais.

Mas já algum de vocês viu uma prostituta aqui em Maastricht? Um colega disse que não e o professor disse que no final lhe indicava onde as podia encontrar. E outras coisas. A pontualidade mostra quão inflexível um holandês pode ser. Dizia ele que os estrangeiros que vinham à Holanda achavam as raparigas muito bonitas, mas “very strict”. Há um grupo com uma representação parlamentar importante que quer retirar as mulheres de cargos públicos importantes e da política. E há problemas com os imigrantes.

Afinal, serão estes gajos loiros e olhos claros assim tão liberais?



terça-feira, setembro 09, 2003


Quem me avisa meu amigo é – costumam-nos ensinar desde pequeninos, juntamente com outros provérbios e lições do senso comum. Hoje vou exercitar esta frase de sabedoria popular dando-vos, caros blogoespectadores, um conselho da maior importância. Caso optem por não o levar em consideração, não venham dizer depois que não vos avisei.

No dia em questão (fatídico, nesse sentido) apanhei o comboio com poucas carruagens que sai da Centraal Station aqui de Maastricht. Meia-hora, três quartos de hora, não devia demorar mais que isso. A ideia, pelo que me lembro, foi da minha mãe, que ia toda contente. Até ligou a uma amiga belga a dizer que ia entrar no país dela. Enfim...

À chegada, tudo bem. Posto de turismo da estação, cá vamos nós, a menina lá nos explicou em franciú o que havia de interessante para ver, assinalou num mapa, indicou-nos o autocarro a apanhar para o centro da cidade. Lá foram os três da vida airada (falta dizer que também ia a minha irmã... tadinha, ia-me esquecendo dela...), saíram da estação.

Começa a desgraça. O mapa era tão incrivelmente bem feito que não nos apercebemos que há duas estações de comboios. Aquela onde tínhamos chegado não era a que vinha no mapa. Ou seja, o centro, que parecia tão perto de nós, afinal não estava. Mas isto só percebemos depois de termos entrado numa casa de apostas, que a minha irmã primeiro pensou que era uma agência de viagens por causa dos monitores pendurados no tecto onde se liam os jogos da jornada seguinte e os nomes dos cavalos das corridas, e de termos pedido ajuda à senhora que lá estava.

Lá chegámos ao centro de autocarro, e ainda foi uma viagem dos seus quinze minutitos. A praça onde se encontra o palácio da justiça até é girita, tirei umas fotografias e recomeçou a saga do mapa. Não conseguíamos perceber quais as ruas que víamos desenhadas, os nomes muito mal indicados, e os marmelos a quem perguntávamos também não faziam ideia. Bom, lá descobrimos o que parecia ser a forma de chegar mais para o centro. Em princípio, bastaria descer uma rua. Feia, escura, cinzenta, com um cheiro horrível. Parecia estrume.

E descemos a dita rua. Para chegar ao fundo e, na expectativa de encontrar edifícios históricos, antigos, ficámos de boca aberta a olhar para uma zona residencial e uma praça que era um autêntico descampado. Passado não muito tempo começou a chover. Para completar o ramalhete.

A maravilha destas coisas é que, aqui, os sítios estão todos muito perto uns dos outros. De maneira que acabámos o dia na Alemanha, em Aachen. Esta cidade sim, vale a pena visitar.

Pela vossa rica saúde, visitem a Bélgica, mas esqueçam Liège.



segunda-feira, setembro 08, 2003


Adjectivos - Por favor, não se assustem se vos disser, à partida, que vou falar de gramática. Eu sei que é uma temática muito pouco digestiva e simpática mas fica a minha promessa que não pretendo massacrar ninguém. Não tenho más intenções, garanto... Aliás, acaso as tivesse, falaria antes certamente de matemática.

Queria só abordar, se calhar abordar não é bem o termo, aflorar é capaz de ser melhor, assim a vol d`oiseau, a temática da coloção de adjectivos antes ou depois do substantivo que qualificam. Nós, os latinos, pelo menos penso que todos os que falam línguas latinas, podemos colocar o adjectivo à frente ou atrás do substantivo. Em certos casos, ainda fazemos melhor. Conseguimos ter significados diferentes dependendo da posição do dito cujo. Por exemplo: homem grande é distintamente diferente de grande homem. Sem dúvida.

Porém, há línguas em que esta subtileza em particular não é possível. Só há big man em inglês e a outra hipótese é uma calinada tão grande que nem me atrevo a escrevê-la, mesmo que seja só à laia de exemplificar. Para o segundo significado têm de dizer great man. O mesmo passa-se com o alemão. E era mais ou menos assim que o meu professor nos tentava explicar a questão.

E acabava por dizer que no idioma dele só há boas mulheres.



domingo, setembro 07, 2003

Já agora, se me permitem, um pequeno esclarecimento. Por vezes, o servidor Blogspot acorda mal-disposto. Nesses dias tem tendência para chatear meio mundo e impedir o acesso às páginas que nele estão alojadas, como a minha. Ou seja, se por vezes tiverem dificuldades em aceder, já sabem porque acontece. Eu próprio não consegui colocar nada ontem na página.

Mas não desesperem porque, dando tempo ao tempo, a situação volta ao normal.

Coincidências – Coisas banais, simples que em nada (pelo menos aparentemente) vão influir na nossa vida. Mas que, por vezes, nos fazem parar um bocadinho para esboçar um enorme sorriso.

O meu avô sempre foi um aficcionado por automóveis. O último que comprou, salvo erro, no distante ano de 1990, foi um Peugeot 405. Era um carro bem jeitoso para a altura. Já tinha vidros eléctricos, direcção assistida e ar condicionado. Um dia contou-me a tarde em que lhe foram entregar o carro a casa. A primeira coisa que fez foi enfiar a cabeça dentro da porta e admirar. Depois de percorrer o tablier, os seus olhos depararam-se com um mostrador onde se lia 405. Achou engraçado aquele toque de personalidade do veículo. Porém, quando, passados alguns momentos, olhou novamente para o mostrador, já não foi 405 que viu mas sim 406. E só depois percebeu que aquilo que ali estava indicado era 4.06pm. Achou um piadão à coincidência, como achava a tantas outras coisas.

No dia em que fiz 22 anos (ainda sou um puto, eu sei) fui a Lisboa buscar a minha carta internacional de condução ao Automóvel Club de Portugal. Entrei na salinha do atendimento geral e tirei a minha senha. Sentei-me um pouco no sofá e esperei. Estava a demorar mais do que no dia em que lá tinha ido para a fazer. E, de repente, saltou-me à vista. Na minha senha lia-se D-22.

Soltei um enorme sorriso e lembrei-me de ti, Alferes Sousa, com a nitidez que só a saudade permite.



sexta-feira, setembro 05, 2003


Short&Sweet #4 - Se os homens tiram macacos do nariz, quererá tal dizer que os macacos tiram homens do nariz?



quinta-feira, setembro 04, 2003


Amesterdão, a impressão possível – Digo possível porque apenas lá estive um dia. Dos sítios onde estive já falei, falta agora do ambiente, o aspecto geral. E isso foi o que achei verdadeiramente único e, por isso, característico daquela cidade.

Avancei a ideia de que tudo parece informal. São as pessoas que vão para o trabalho com roupas banais, vêem-se poucos engravatados e os poucos que existem têm o mau gosto de quem não faz o nó da gravata muitas vezes e só tem dois fatos lá em casa: um para as ocasiões chatas no trabalho e outro para trilogia dos casamentos, baptizados e funerais. São os tipos novos que viajam de comboio para todo o lado com enormes mochilas às costas (os estudantes holandeses não pagam viagens de comboio, entre muitas outras coisas. Eu sei, nos países a sério é assim), são aqueles que levam os cães dentro do comboio com a maior das calmas. Os quatro patas chegam até a entrar em hoteis... São as bicicletas por todo o lado, são os papás e as mamãs que levam os putos nas bicicletas em cadeiras de plástico.

É claro que o liberalismo legal também contribui para a festa. A prostituição, as drogas leves... Porque ver um tipo da idade da minha mãe a fumar uma ganza enquanto espera a mulher que foi à casa de banho dá mesmo ideia de à-vontade.

Mas será que os holandeses, com todo este relaxamento, são pessoas verdadeiramente tolerantes, flexíveis?

A minha resposta a esta pergunta surgirá aqui, um dia destes.



quarta-feira, setembro 03, 2003


Ora bem. A primeira semana, e mais alguns dias, do meu anunciado desterro já lá vão. E a pergunta que vocês que estão nesse maravilhoso país à beira mar plantado, onde a chuva e o frio não se fazem sentir como aqui, onde a gastronomia é variada e saborosa, e o café é absolutamente do melhor que há, me têm feito por várias vezes é, obviamente, se estou a gostar.

A alguns já respondi, outros ainda não tive oportunidade. Assim, aproveito para pôr aqui, oficializar a minha resposta de maneira a que não se levantem e nem sequer seja possível virem a levantar-se dúvidas. As razões e justificações para o meu agrado ou desagrado apresenta-las-ei em devido tempo, à medida que for falando daquilo que aqui se passa.

Não estou a gostar. Estou a adorar.



terça-feira, setembro 02, 2003


Publicidade - Não sei se já viram para aí, pelas ruas e estradas deste nosso Portugal, é um outdoor do vinho Bucellas (acho que é este o nome exacto; se estiver enganado, vão perceber mais à frente a minha justificação para tal) que tem, claro está, uma garrafa do dito à esquerda e o resto (claro está?) é ocupado por uma senhora semi-descascada e de olhar matreiro.

E a minha questão é: mas qual é o gajo que se vai lembrar do nome da “pomada” depois de ver o respectivo anúncio? A única palavra que vai ficar retida na memória masculina é.... Bucettas. Com dois “t” para o paralelismo ser perfeito e porque dá mais estilo.

Só falta ser vinho verde.



segunda-feira, setembro 01, 2003


Desencontros – Como prometido, no seguimento dos blogues relativos a decisões. Aqui, o grande problema é o facto de ter havido uma qualquer situação no passado que influenciará, forçosamente, tudo o que, eventual e potencialmente, se possa vir a passar depois dessa situação. Não há hipótese. É taxativo, inexorável.

A única forma de ultrapassar este obstáculo é a vontade dos intervenientes. Às vezes é fácil, são pequenas pedras no sapato, facilmente removíveis. Outras nem por isso. Pode tratar-se de questões tão relevantes, tão pungentes, que, ao invés de vulgares pedras, são verdadeiras bisarmas do tamanho da serra da Sintra. Aí o caso é deveras pior. No limite, só mesmo um terramoto da dimensão do de 1755 as poderá remover do caminho.

O que é aborrecedor, mesmo desanimador. Porque é claro que o ideal seria que no final tudo se pudesse resolver pelo melhor. Assim, mais ou menos, como no Four weddings and a funeral (um filme que ocorreu imediatamente como bom exemplo), em que o Hugh Grant lá acaba por se entender com a Andie MacDowell no final, depois duma série de desencontros. Também é claro que na maior parte das vezes não acaba assim. Pelo menos na vida real. Se bem que, mesmo sem um happy end em vista, seja porque razão for, continuaria a ser agradável proceder à remoção dos ditos calhaus e afastar parte do gelo.

Infelizmente? Parece-me que sim, sem margem para dúvidas. Quem sabe? Eu não. Limito-me a dizer que é assim.

A todas as Pandoras e respectivas caixas que para aí andam.